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Rebeldes iemenitas começam retirada do porto de Hodeida

29/12/2018 13h07

Dubai, 29 dez 2018 (AFP) - Os rebeldes iemenitas começaram a se retirar do porto de Hodeida, no oeste do país, neste sábado(29), segundo o acordo assinado com representantes do governo no início de dezembro, informou um a fonte da ONU.

A fonte, que pediu para permanecer anônima, disse que os insurgentes huthis começaram a deixar o porto antes do amanhecer.

Os huthis começaram a "primeira fase de retirada do porto de Hodeida", confirmou um líder rebelde da agência de notícias Saba, controlada pelos rebeldes.

Este último organizou uma cerimônia na ocasião, segundo um correspondente da AFP no local.

O acordo promovido pela ONU na Suécia prevê uma trégua que entrou em vigor em 18 de dezembro em Hodeida, a principal frente do conflito e o ponto de entrada para a maioria das importações e ajuda humanitária do país.

A cidade é controlada desde 2014 pelos huthis, contra os quais forças do governo lideraram uma ofensiva para tentar tomar a cidade.

O Conselho de Segurança da ONU decidiu na semana passada enviar observadores civis ao Iêmen para garantir a operação do porto estratégico de Hodeida e supervisionar a evacuação dos combatentes daquela cidade.

O chefe dos observadores da ONU no Iêmen, o general holandês reformado Patrick Cammaert, presidiu nesta semana a primeira reunião do comitê conjunto (rebeldes-governo) para implementar a trégua, mas também a retirada dos combatentes dos portos de Hodeida, Salif e Ras Issa, na mesma província.

Segundo a ONU, este comitê discutiu "a primeira fase da implementação do acordo de cessar-fogo e medidas de fortalecimento da confiança para permitir a distribuição de ajuda humanitária e a redistribuição (dos beligerantes)".

Uma nova reunião deste comitê está marcada para 1º de janeiro para discutir uma retirada completa, afirmou a ONU em um comunicado.

A ONU também disse que um comboio de ajuda humanitária deve deixar Hodeida neste sábado rumo à capital rebelde de Sanaa.

Mas a trégua é frágil: de fato, combates, distúrbios e tiroteios não pararam desde sua entrada em vigor, enquanto as duas partes acusam uma à outra de violá-la.

Além do cessar-fogo, o acordo sueco prevê uma troca de cerca de 15.000 prisioneiros, bem como medidas para facilitar a entrega de ajuda a Taez (sudoeste), uma cidade nas mãos de legalistas e sitiada pela rebelião.

As conversações interiemenitas estão programadas para serem retomadas no final de janeiro.

O aeroporto de Sanaa, que está fechado há quase três anos para voos comerciais, será o foco dessas conversas, segundo o enviado da ONU para o Iêmen, Martin Griffiths.

A guerra no Iêmen já matou pelo menos 10 mil pessoas desde 2015 e causou a pior crise humanitária do mundo, segundo as Nações Unidas.

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