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Advogados de El Chapo apresentam sua defesa em apenas meia hora

29/01/2019 16h57

Nova York, 29 Jan 2019 (AFP) - Durante quase três meses, a Promotoria americana apresentou assustadoras evidências contra Chapo Guzmán em um tribunal de Nova York, incluindo o testemunho de 56 pessoas. Nesta terça-feira (29) foi a vez da defesa, que levou apenas meia hora para argumentar em favor do famoso narcotraficante.

A única testemunha chamada pelos advogados do ex-líder do Cartel de Sinaloa foi o agente especial do FBI Paul Roberts, que em fevereiro de 2017 interrogou Jorge Cifuentes, um fornecedor de cocaína do acusado preso nos Estados Unidos e que depôs contra El Chapo em seu julgamento.

Roberts apontou que no interrogatório com Cifuentes este lhe disse que um oficial de Inteligência da Marinha americana corrupto mostrou em 2010 um dispositivo USB com evidências de uma investigação americana contra El Chapo e a família de traficantes colombianos Cifuentes.

Em uma tentativa de socavar a credibilidade de Jorge Cifuentes, o advogado de El Chapo, Jeffrey Lichtman, sugeriu que o traficante colombiano usou o que viu neste dispositivo para contar ao governo americano o que este queria saber.

Mas no contrainterrogatório de Roberts, a Promotoria argumentou que o suposto oficial da Marinha era colombiano - como havia indicado Cifuentes em um interrogatório anterior com outros agentes - e que Roberts se enganou sobre a nacionalidade, ou foi um erro do tradutor, ou do próprio Cifuentes.

A testemunha a favor de El Chapo parecia nervosa e sua voz tremia. Lichtman, por sua vez, foi agressivo como se estivesse interrogando uma testemunha da Promotoria.

Seguindo o conselho de seus advogados, El Chapo não quis ser testemunha de seu julgamento.

As alegações finais do governo começarão na quarta-feiras e serão seguidas pelas da defesa, e o júri pode começar a deliberar a partir de sexta-feira.

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