Washington mantém canal diplomático com o governo de Maduro
Washington, 30 Jan 2019 (AFP) - Os Estados Unidos mantêm um canal diplomático com o governo de Nicolás Maduro na Venezuela, apesar de considerá-lo ilegítimo e de ter reconhecido o líder opositor Juan Guaidó como presidente interino, disse nesta quarta-feira (30) o novo representante de Washington para a Venezuela, Elliot Abrams.
"Temos contatos com o regime de fato, me refiro com isso ao regime de Maduro, temos contados com ele porque nos preocupam temas como a segurança dos americanos", disse o diplomata a jornalistas em Washington.
"Tivemos contato com gente em muitos países do mundo à qual não reconhecemos diplomaticamente", afirmou. "Não é um problema quando é de interesse dos Estados Unidos".
Na semana passada, o líder do Parlamento venezuelano, Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino e foi reconhecido pelo governo de Donald Trump. Em resposta, Maduro rompeu relações diplomáticas com os Estados Unidos e determinou a saída de todo o pessoal americano da Venezuela.
Mas o secretário de Estado, Mike Pompeo, se negou a cumprir esta ordem e assegurou que os Estados Unidos não reconhecem mais a autoridade de Maduro e que Guaidó pediu que o pessoal diplomático americano fique no país.
Maduro anunciou finalmente conversas com a administração americana para abrir "seções de interesses" em cada país para manter um mínimo de relações da ruptura.
"Temos que definir qual será o status da embaixada no futuro", disse Abrams, que reiterou a advertência de seu país de que o governo Maduro "tem a obrigação de proteger as embaixadas".
O representante de Pompeo prometeu aumentar a pressão sobre Maduro. Esta semana Washington sancionou a petroleira estatal PDVSA e congelou contas e ativos venezuelanos nos Estados Unidos.
Segundo Abrams, estes recursos serão transformados em ajuda humanitária para a Venezuela, embra tenha dito que não havia muito nas arcas da embaixada em Washington.
"Sendo assim, estamos buscando em todo o mundo para ver que outros ativos há, seja em contas bancárias ou outras coisas como ouro", acrescentou.
Abrams é um diplomata que participou das campanhas anticomunistas da América Central nos anos 1980, questionadas por grupos de direitos humanos. Pompeo o nomeou na semana passada emissário para "restaurar a democracia" na Venezuela.
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