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Delegação do ELN considera impossível voltar à Colômbia nos prazos previstos

31/01/2019 17h26

Havana, 31 Jan 2019 (AFP) - A delegação de diálogos da guerrilha ELN assegurou nesta quinta-feira (31) que não poderá voltar à Colômbia de Cuba nos prazos estabelecidos nos protocolos de retorno após a ruptura das conversas com o governo colombiano, já que este se negou a cumpri-los.

Segundo um comunicado do Exército de Libertação Nacional (ELN), o Executivo de Iván Duque "se negou a participar da elaboração do plano de retorno da delegação" e, portanto, "não será possível concretizar tal retorno no prazo previsto" de 15 dias.

Duque resolveu romper com as conversas de paz em 18 de janeiro, após, um ataque do ELN contra uma academia policial que causou a morte de 21 alunos e do agressor. O prazo de retorno fixado nos protocolos vence no sábado, 2 de fevereiro.

Os diálogos de paz ocorriam em Havana desde maio de 2018, ainda durante o governo de Juan Manuel Santos. Contudo, após a chegada Duque ao poder, em agosto, este suspendeu as conversas, já que discordava das supostas concessões feitas por seu antecessor.

O novo presidente exigiu ao ELN que entregue reféns e cesse suas atividades "criminosas" para poder voltar à mesa.

"Pedimos ao governo de Duque que ouça as inúmeras vozes que, na sociedade colombiana e da comunidade internacional, pedem que cumpra esses protocolos; honrando estes, como acordos feitos por representantes oficiais do Estado colombiano, e que contam como testemunhas cinco países patrocinadores", assegura o comunicado.

Após o atentado, a Colômbia reativou os mandados de captura internacional emitidos contra os membros da delegação do ELN - suspensos para facilitar o diálogo - e assegurou que os protocolos foram assinados com outro governo e que já não era possível cumpri-los após o ataque à academia de polícia. A guerrilha alegou que o atentado foi em resposta aos ataques das Forças Armadas.

Duque pediu a Cuba que entregue os membros da delegação. O governo de Miguel Díaz-Canel disse que condenava "o terrorismo em todas as suas formas e manifestações", mas esclareceu que cumprirá os protocolos estabelecidos.

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