Venezuela anuncia captura de militares que planejavam assassinatos seletivos

O governo venezuelano anunciou nesta quinta-feira (31) a captura de quatro militares - incluindo um coronel acusado de atentar contra o presidente Nicolás Maduro - e disse que planejavam "assassinatos seletivos" para elevar ainda mais a tensão política.
Trata-se de "um grupo de sicários (...) que pretendia cometer assassinatos seletivos de líderes políticos e militares para elevar os níveis de preocupação" em meio à piora da crise, assinalou o ministro do Interior, general Néstor Reverol.
Entre os capturados está o coronel Oswaldo García Palomo, ligado à ativação de dois drones carregados com explosivos perto de um palaque onde Maduro comandava um ato militar, em 4 de agosto, em Caracas.
O oficial de 54 anos, que estava exilado na Colômbia e entrou clandestinamente na Venezuela, estava acompanhado pelo também coronel na reserva José Acevedo e por um civil.
A sua detenção ocorreu em uma estrada do centro-oeste do país e tinha fuzis AK-103 e dois telefones por satélite, assinalou o ministro.
A prisão de García Palomo foi revelada na quarta-feira por sua esposa, Sorbay Padilla, que a denunciou como um "sequestro".
No entanto, Reverol assegurou que foi pego nesta quinta-feira, acrescentando que nos dias anteriores foram detidos os tenentes Miguel Ambrosio e Alberto Salázar.
Na quarta-feira, Maduro denunciou que militares desertores, convertidos em "mercenários", conspiravam da Colômbia para dividir a Força Armada.
Sua denúncia foi feita em meio a pedidos de Juan Guaidó, chefe do Parlamento e autoproclamado presidente interino da Venezuela, para que os militares não reconheçam o líder socialista.
Desde 21 de janeiro, protestos opositores deixam ao menos 40 mortos e 850 detidos, segundo a ONU.
Em 15 de janeiro, a maioria opositora do Legislativo declarou Maduro como "usurpador", alegando que sua reeleição é fruto de votações fraudulentas, após o que Guaidó se autoproclamou diante de uma multidão em Caracas.
"Não há dúvida do envolvimento direto na tentativa de magnicídio (contra Maduro) da Inteligência colombiana, da CIA e do foragido da Justiça Julio Borges", indicou o ministro referindo-se ao ex-chefe parlamentar exilado em Bogotá.
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