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ONU e EUA estão inquietos com herdeiro de Osama Bin Laden

01/03/2019 15h49

Paris, 1 Mar 2019 (AFP) - As Nações Unidas e os Estados Unidos reconheceram nesta quinta-feira o papel crucial do filho de Osama Bin Laden, Hamza Bin Laden, dentro do movimento extremista internacional, que, seguindo os passos de seu pai, ele estaria destinado a comandar.

O comitê de sanções da ONU contra o grupo Estado Islâmico e a Al-Qaeda acrescentou o nome de "Hamza Osama Muhamad Bin Laden", nascido em 9 de maio de 1989 em Jedá, à lista de pessoas com bens internacionais congelados e proibição de viajar.

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"Foi designado (em agosto de 2015) pelo atual chefe da Al-Qaeda, o egípcio Ayman al-Zawahiri "como membro oficial" desta rede terrorista e "é considerado como seu mais provável sucessor", afirmou a ONU.

No mesmo dia, os Estados Unidos anunciaram a oferta de uma recompensa de 1 milhão de dólares por informações sobre seu paradeiro e descreveram-no como "dirigente-chave" da rede criada por seu pai. Hamza já estava na lista negra de "terroristas internacionais".

Hamza é o 15º dos cerca de 20 filhos que Bin Laden teve. É fruto do seu terceiro casamento, com a saudita Khairiah Sabar, e desde sua infância foi preparado para seguir os passos de seu pai.

Nesta sexta-feira, o jornal oficial saudita Umm Al Qura informou que Riad tinha retirado a nacionalidade dele através de um decreto real de 22 de fevereiro de 2019, sem especificar os motivos desta decisão.

Ele aprendeu muito cedo a usar armas e foi visto desde pequeno em vídeo publicados na internet insultando americanos e judeus.

O rosto de Hamza também apareceu junto ao de seu pai, envolto em chamas em frente às Torres Gêmeas, em uma foto-montagem lançada pelos marketeiros da Al-Qaeda no 16º aniversário dos atentados de Nova York e Washington.

Por sua onipresença na propaganda da rede extremista, ele ganhou o apelido de "príncipe herdeiro da jihad".

- 'Líder temível' -"Estão preparando ele para ocupar responsabilidades na organização fundada por seu pai", garante Ali Soufan, ex-agente do FBI especialista em Al-Qaeda, em um relatório publicado pelo Centro de Combate ao Terrorismo (CTC, na sigla em inglês).

"Como membro da dinastia Bin Laden" seria recebido "favoravelmente" pelos extremistas de base, acrescenta este especialista.

Como agora o "califado" está caindo, "Hamza aparece como o mais indicado para reunificar o movimento jihadista global", acredita.

Hamza Bin Laden não viu seu pai novamente após o atentado contra as Torres Gêmeas e o Pentágono em 11 de setembro de 2001, mas eles trocaram cartas.

Nas missivas, algumas das quais encontradas durante a operação americana que matou Osama Bin Laden no Paquistão, o jovem garante a seu pai que é "feito de aço" e está pronto "para a vitória ou para ser um mártir".

Vários elementos levam a crer que Hamza seria um "líder temível", garante Soufan.

De acordo com especialistas, Hamza, que tem cerca de 30 anos, dirige atualmente o grupo Ansar al Furqan, que atrai à Síria os combatentes mais doutrinados da Al-Qaeda e recupera alguns do Estado Islâmico (EI).

Mas isso não quer dizer que ele está na Síria. Também poderia estar no Irã, onde passou parte de sua infância, ou no Afeganistão.

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