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Mike Pence exigirá saída de Maduro no Conselho de Segurança da ONU

10.abr.2019 - Mike Pence, vice-presidente dos EUA, durante reunião do Conselho de Segurança da ONU para discutir o agravamento da crise humanitária na Venezuela - Brendan McDermid/Reuters
10.abr.2019 - Mike Pence, vice-presidente dos EUA, durante reunião do Conselho de Segurança da ONU para discutir o agravamento da crise humanitária na Venezuela Imagem: Brendan McDermid/Reuters

10/04/2019 14h01

O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, está disposto a exigir hoje, no Conselho de Segurança da ONU, a saída do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que é apoiado pela Rússia e pela China.

A reunião foi solicitada por Washington para discutir o agravamento da crise humanitária na Venezuela, enquanto a ONU estima que sete milhões de venezuelanos - um quarto da população - carecem de alimentos e remédios.

Vários diplomatas expressaram temor de que a reunião termine em um confronto político entre aqueles que apoiam Maduro e os que reconhecem o opositor Juan Guaidó como presidente interino.

"O maior problema é como levar ajuda humanitária para o país (...) por meio da Cruz Vermelha", declarou antes da reunião o embaixador dominicano na ONU, José Singer, cujo país é membro não permanente do Conselho.

"A ONU não pode fazer nada, se o governo que conduz o país não está totalmente de acordo", explicou Singer. "Enquanto a questão continuar politizada, vai ser muito difícil ajudar os necessitados", acrescentou.

Grande parte da Venezuela voltou a sofrer com um apagão esta madrugada.

O corte de energia, o mais grave em uma semana, afeta Caracas e ao menos 20 dos 23 estados do país, segundo internautas.

Desde que, em 7 de março, um apagão paralisou o país por cinco dias, as quedas de eletricidade têm sido recorrentes, afetando o fornecimento de água, o transporte e os serviços de telefonia e de Internet.

O Conselho de Segurança foi incapaz, até esta data, de chegar a um acordo sobre a Venezuela.

Em 28 de fevereiro, Rússia e China vetaram um projeto de resolução, pedindo a realização de eleições "justas" na Venezuela, mas uma contraproposta de Moscou também fracassou por falta de votos.

As votações inconclusivas revelaram as divisões entre as potências mundiais na ONU sobre qual caminho seguir na Venezuela. O país se encontra mergulhado em uma grave crise política e com a economia em colapso.

A Venezuela sofre a pior crise de sua história moderna, com uma hiperinflação de 10.000.000% este ano e uma escassez de alimentos e de remédios que causou a migração de 2,7 milhões de pessoas desde 2015, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas Refugiados (Acnur), de um total de 3,4 milhões radicados no exterior.

Os migrantes e refugiados venezuelanos fogem do país por diversos motivos: problemas de subnutrição, busca por remédios para doenças crônicas, violência e insegurança, segundo o Acnur.

Guaidó, chefe do Parlamento de maioria opositora, convocou nesta quarta um novo protesto nacional sob o lema "Não vamos nos acostumar", como parte de sua "Operação Liberdade", com a qual pretende derrubar Maduro, instalar um governo de transição e convocar novas eleições.

Os Estados Unidos, o principal apoio internacional do líder opositor, aumentou o cerco diplomático e endureceu as sanções contra Maduro e seu círculo próximo.

Pompeo realiza esta semana uma viagem por quatro países da América do Sul, a fim de solidificar a pressão contra Maduro. De 11 a 15 de abril, a turnê vai levá-lo ao Chile, Paraguai, Peru e terminará na cidade colombiana de Cúcuta, na fronteira com a Venezuela.

Venezuela tem um novo apagão

AFP