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Pesar internacional pela morte do ex-presidente francês Jacques Chirac

26/09/2019 10h51

Paris, 26 Set 2019 (AFP) - O falecimento de Jacques Chirac, chefe de Estado francês entre 1995 e 2017, descrito como "grande estadista" pelo presidente da Comissão Europeia Jean-Claude Juncker, provocou nesta quinta-feira (26) pesar e tristeza em todo o mundo.

Chirac, que morreu aos 86 anos, deixará "para sempre sua herança na França e na União Europeia", declarou a porta-voz do chefe da Comissão Europeia, que se declarou "afetado e devastado" pela morte do ex-presidente francês.

"Foi para nós, alemães, um parceiro formidável e um amigo", assegurou no Twitter a porta-voz da chanceler alemã, Angela Merkel.

O ministro das Relações Exteriores alemão, Heiko Maas, cumprimentou "um grande estadista e um grande europeu".

O presidente interino do governo espanhol, Pedro Sánchez, lembrou que "como primeiro-ministro, prefeito de Paris e presidente da República Francesa, se vai um líder que marcou a política europeia".

Antes de se tornar chefe de Estado, Chirac foi duas vezes primeiro-ministro, nas décadas de 1970 e 1980, e prefeito de Paris entre 1977 e 1995.

Por sua vez, o primeiro-ministro britânico Boris Johnson lembrou de Chirac como um "líder formidável que modelou o destino" da França.

"A França e a Europa perdem uma grande figura que marcou a história política dessas últimas décadas", disse o primeiro-ministro belga Charles Michel.

"De Jacques Chirac fica a coragem de ter reconhecido a responsabilidade do Estado francês na deportação de judeus durante a ocupação da França pela Alemanha nazista", entre 1940 e 1944, acrescentou Michel.

- "Sábio e visionário" -Fora da União Europeia, o presidente russo Vladimir Putin elogiou um líder "sábio e visionário".

Chirac, que permanecerá na memória de todos como o presidente que se recusou a se juntar aos Estados Unidos na guerra do Iraque em 2003, foi recentemente apontado por Putin como o líder estrangeiro que mais o impressionou.

O primeiro-ministro libanês Saad Hariri também não poupou elogios, chamando-o de um dos "maiores homens" da França.

"Os libaneses e os árabes sentem hoje a perda de um homem que marcou profundamente suas consciências por vários anos", acrescentou Hariri em comunicado.

À margem do mundo político, o jornalista francês Georges Malbrunot, ex-refém no Iraque, prestou homenagem a Chirac ao enfatizar que "provavelmente lhe devia sua vida".

Malbrunot, juntamente com o jornalista francês Christian Chesnot, permaneceu sequestrado no Iraque por 124 dias, de agosto a dezembro de 2004.

Chirac "permanecerá na história como alguém que, com clarividência, soube dizer não à louca aventura dos Estados Unidos no Iraque em 2003. Pessoalmente, provavelmente lhe devo a vida", tuitou Malbrunot.

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