Rússia bombardeou quatro hospitais sírios em 12 horas, diz NYT
Aviões de guerra russos bombardearam quatro hospitais em um território controlado pelos rebeldes na Síria durante o período de apenas 12 horas meses atrás, noticiou neste domingo (13) o jornal americano The New York Times.
Os ataques, ocorridos em maio, que o jornal relacionou a Moscou a partir de gravações de rádio russas, registros de observadores de aviões e relatos de testemunhas, são parte de um padrão mais amplo de ataques a instalações médicas pelas forças que apoiam o presidente sírio, Bashar al Assad, na devastadora guerra civil do país.
O Hospital Cirúrgico Nabad al Hayat, cujo pessoal tinha fugido dias antes do bombardeio, foi um dos afetados durante o período de 12 horas que começou em 5 de maio, segundo a investigação do Times.
Um controlador de voo russo deu as coordenadas exatas do hospital ao piloto, que informou tê-lo avistado minutos depois, acrescentou o jornal.
O controlador deu o aval ao ataque ao mesmo tempo em que o observador encarregado de advertir os civis sobre os ataques iminentes registrou um avião russo na área.
O piloto informou em seguida a liberação de bombas e jornalistas locais que filmavam o hospital registraram o instante em que três bombas voaram pelo teto e explodiram.
O Hospital Cirúrgico Kafr Nabl, a poucos quilômetros de distância, foi bombardeado várias vezes pouco depois.
Assim como o ataque anterior, um observador registrou um dos aviões russos dando voltas e uma transmissão da força aérea russa gravou um piloto dizendo que tinha "trabalhado" o alvo antes de lançar três ataques confirmados por um médico, destacou o Times.
O hospital Kafr Zita Cave e o Hospital Ortopédico Al Amal também foram bombardeados por aviões russos no período de 12 horas.
As quatro instalações tinham proporcionado suas coordenadas às Nações Unidas para serem incluídas em uma lista para evitar ataques.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciou no mês passado que estava preparando uma investigação interna sobre o bombardeio de hospitais na Síria que anteriormente tinham comunicado suas coordenadas.
THE NEW YORK TIMES COMPANY
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