Kirchner se solidariza com povo chileno e critica desigualdade social
Buenos Aires, 23 Out 2019 (AFP) - A senadora e ex-presidente argentina Cristina Kirchner (2007-2015) se solidarizou nesta quarta-feira (23) com o povo chileno e atribuiu aos protestos desatados há seis dias no país vizinho o "crescimento não equitativo e as brechas de desigualdade".
Em um ato de campanha eleitoral em La Plata (60 km ao sul), Kirchner se referiu à situação no Chile, país que, segundo ela, é apresentado "como o modelo econômico, social e político a ser seguido".
"Não quero falar desse drama que os irmãos e as irmãs chilenas estão vivendo. Muita solidariedade com o povo chileno", disse a ex-presidente a milhares de apoiadores.
Ela pediu aos argentinos que "entendam que isso que querem nos vender como modelo ideal de sociedades onde se rompem os laços de solidariedade, termina como o que está acontecendo hoje lá" no Chile, onde os protestos já deixaram 18 mortos e cerca de 1.900 detidos.
"Tenhamos todos e todas a inteligência de saber que não há sociedades boas, que se desenvolvem em paz, se o crescimento não for equitativo e não superar as grandes brechas de desigualdade", advertiu.
Kirchner, que é candidata a vice-presidente na chapa liderada por Alberto Fernández, afirmou que o governo do liberal Mauricio Macri "destroçou" o país, que está em recessão desde 2018.
"Não acreditem em tudo que a tevê diz. Os que nos destroçaram (a Argentina) não caíram de um disco voador, apesar de alguns falarem de invasões alienígenas além da cordilheira", disse em referência a um áudio da primeira-dama do Chile, Cecilia Morel.
Em um áudio que circulou pelas redes sociais Cecilia Morel é ouvida dizendo: "estamos impressionados, isso é como uma invasão estrangeira, alienígena", expressões pelas quais ela mais tarde se desculpou.
ls/llu/cc/mvv
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