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América Latina está "como a Europa há seis semanas" no avanço da COVID-19, diz Opas

28/04/2020 15h30

Washington, 28 Abr 2020 (AFP) - A América Latina está como a "Europa há seis semanas" em relação ao avanço da COVID-19, portanto se espera um crescimento do número de casos nas próximas semanas, alertou nesta terça-feira (28) o vice-diretor da Organização Panamericana de Saúde (Opas), Jarbas Barbosa.

Barbosa indicou que "o que se pode esperar para as próximas semanas é o crescimento do número de casos", em um momento em que há cerca de 8.900 mortes na região pelo coronavírus e mais de 176.000 casos confirmados, segundo um balanço da AFP que não inclui Estados Unidos nem Canadá.

"Por isso é importante que os Ministérios da Saúde dos governos sigam com as medidas de distanciamento sem baixar a guarda", acrescentou Barbosa.

De acordo com a Opas, os países mais afetados com novos casos na semana passada foram - além dos EUA - Brasil, Canadá, Equador e México.

A diretora da Opas, Carissa F. Etienne, indicou que o aumento dos testes permitiram ter um melhor diagnóstico da situação.

"À medida em que aumentam os testes, os países começam a atualizar seus números para confirmar o que esperávamos há muito tempo: a carga de COVID-19 em nossa região é maior do que as autoridades de saúde puderam informar nas semanas anteriores", afirmou Etienne.

Em um momento em que a campanha de vacinação foi interrompida em muitos países devido à COVID-19, Etienne fez um apelo para não atrasar essas intervenções.

"Devemos vacinar para proteger os funcionários da saúde, os idosos e as populações vulneráveis de outras infecções respiratórias, como a gripe e o pneumococo, que podem levar a mais internações", acrescentou.

Etienne destacou que essas duas doenças também podem ser "mais difíceis de diagnosticar dentro do contexto".

Em relação à chegada do inverno no Hemisfério Sul e seu impacto sobre o avanço da epidemia, Barbosa afirmou que a COVID-19 pode "produzir grandes surtos em qualquer país, a qualquer temperatura".

O médico esclareceu, no entanto, que "durante o período de inverno há uma transmissão mais forte dos vírus respiratórios" e isso pode acelerar a transmissão do coronavírus.

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