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Brasil é o segundo país com mais mortes pela COVID-19, que não dá trégua à América Latina

13/06/2020 00h14

Rio de Janeiro, 13 Jun 2020 (AFP) - A pandemia do coronavírus não dá trégua à América Latina: nesta sexta-feira, o Brasil se tornou o segundo país do mundo com mais mortes por COVID-19 , enquanto a crise socioeconômica piora em uma região que já tem mais de 75.000 mortes.

O Brasil atingiu a marca de 41.828 mortes por coronavírus, ultrapassando o Reino Unido, de acordo com o balanço do Ministério da Saúde divulgado às 18H30 desta sexta-feira.

O país, o segundo também em casos confirmados de contágio (828.810), é o mais afetado na América Latina, onde os casos diagnosticados ultrapassaram o total de 1,5 milhão.

Já o Chile registrou seus piores números diários nesta sexta, totalizando 2.870 falecimentos.

Pouco mais de três meses após o registro do primeiro caso, as autoridades relataram um dobro do máximo diário, tanto em novas infecções - totalizando 160.846 - quanto em óbitos.

Em todo o mundo, o novo coronavírus deixou 425.282 mortes e 7.632.517 infectados desde que apareceu na China em dezembro, de acordo com a contagem da AFP desta sexta. Os números reais podem ser muito maiores, segundo os especialistas.

O impacto financeiro ou social da pandemia é enorme, mas ainda difícil de calcular.

O México, o segundo país mais afetado da América Latina, com mais de 16.448 falecidos e 139.196 casos, anunciou a perda de centenas de milhares de empregos.

O Instituto Mexicano de Seguridade Social (IMSS), indicou que 344.527 empregos formais foram perdidos em maio, um número que se soma aos 555.247 postos de trabalho fechados em abril, o maior recorde nas estatísticas históricas.

O desastre financeiro causado pela pandemia "pode levar a um retrocesso de 13 anos" na América Latina, afirmou na quinta-feira a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), que teme que a região saia da crise "mais endividada, mais pobre e faminta".

O Peru, o oitavo país do mundo em infecções e o terceiro na região em número de mortes, chegou a 220.749 casos confirmados nesta sexta-feira e também acumula 6.308 vítimas fatais.

Sua economia está semi-paralisada, com uma quarentena obrigatória de quase 13 semanas, e seu forte setor têxtil solicitou a retomada das atividades produtivas.

- Múltiplas faces -Nos Estados Unidos, o país com mais falecimentos (114.613, com 839 nas últimas 24 horas) e infectados (2.044.572), o reaparecimento de novos casos em várias regiões suscita temores de uma segunda onda que ocultaria a tímida recuperação econômica registrada.

"Não podemos paralisar a economia novamente", disse à emissora televisão CNBC o secretário do Tesouro americano, Steven Mnuchin.

Mas as repercussões humanas da pandemia vão além da economia.

Nas prisões mexicanas em Jalisco (oeste), os abraços foram substituídos por videochamadas de cinco minutos. E em Cuba, totalmente dependente do turismo, o governo elabora um plano para receber visitantes estrangeiros e controlar ao mesmo tempo que contato deles com os habitantes da ilha.

Na Líbia, guerra e divisão impedem uma luta correta contra a pandemia. E no Kuwait, o governo fechou os salões de beleza, o único lugar em que as mulheres podiam ir sozinhas e encontrar amigas.

- Governos acusados -Enquanto a França anunciou a abertura progressiva de suas fronteiras, vários governos terão que explicar aos tribunais o gerenciamento da pandemia.

A França "abrirá progressivamente suas fronteiras externas" para o espaço Schengen "a partir de 1º de julho", disseram os ministros das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, e do Interior, Christophe Castaner, em comunicado conjunto.

A medida será realizada de "maneira diferenciada de acordo com a situação de saúde dos diferentes países e de acordo com os procedimentos que serão adotados no nível europeu até então".

Por seu lado, as companhias aéreas British Airways, EasyJet e Ryanair anunciaram uma ação legal contra o governo britânico para recuar na exigência de quarentena obrigatória de duas semanas para todos os viajantes que chegarem ao país, considerando que "isso terá um efeito devastador no turismo britânico e na economia".

Na Itália, onde o coronavírus deixou 34.000 mortos, o primeiro-ministro Guiseppe Conte vai depor na promotoria de Bergamo (norte), que foi o epicentro da pandemia no país.

Ele irá explicar por que demorou tempo para estabelecer uma zona vermelha na região.

Na Espanha, a direita e a extrema direita anunciaram ações contra o governo pela forma que administrou a crise: por fornecer material de proteção defeituoso ao pessoal de saúde, pelo número de mortos relatado ou pelo alto número de idosos mortos em residências.

Em termos econômicos, a situação na Europa também é preocupante. Nesta sexta-feira, o Reino Unido anunciou que o confinamento para interromper o novo coronavírus custou um quinto do seu PIB em abril, quando caiu 20,4%, um número recorde neste país que tem mais de 41.000 mortes pela pandemia.

No mundo dos esportes, a liga espanhola de futebol voltou na quinta-feira, enquanto nesta sexta a competição italiana foi retomada, após meses de paralisação devido à COVID-19.

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