Ex-namorada de Jeffrey Epstein comparecerá a audiência em Nova York
A britânica Ghislaine Maxwell, ex-namorada do falecido bilionário Jeffrey Epstein, comparecerá na próxima sexta-feira (10) pela primeira vez ante um juiz de Nova York, após a sua prisão e acusação por tráfico sexual de menores.
A promotoria do distrito sul de Nova York marcou a audiência para o dia 10 de julho, após consultar o advogado de Ghislaine, segundo documento do sistema judicial. Os promotores deverão pedir ao juiz que Ghislaine permaneça presa, sem possibilidade de fiança, por apresentar "um risco extremo de fuga".
Filha do falecido magnata da mídia Robert Maxwell, Ghislaine se encontra detida na prisão federal Metropolitan Detention Center, localizada na região do Brooklyn, informou à AFP um porta-voz do departamento penitenciário.
Nascida na França, educada na Grã-Bretanha e naturalizada americana em 2002, "Ghislaine possui três passaportes, grandes quantias em dinheiro, inúmeras conexões internacionais e absolutamente nenhuma razão para permanecer nos Estados Unidos e correr o risco de (receber uma) longa sentença de prisão", ressaltaram os promotores em seu pedido de detenção.
A ex-namorada de Epstein possui ou está associada a mais de 15 contas bancárias nos Estados Unidos e no exterior. Desde 2016, elas têm um saldo de mais de US$ 20 milhões, segundo os promotores.
Ghislaine, 58 anos, membro do jet set britânico, amiga de alguns membros da família real britânica, como o príncipe Andrew, foi presa na última quinta-feira, em uma propriedade comprada recentemente em dinheiro por ela em Bradford, New Hampshire, onde se escondia da Justiça.
A promotoria do distrito sul de Nova York a acusou de seis crimes, por ajudar a recrutar adolescentes para satisfazer os desejos sexuais do americano Jeffrey Epstein e seus amigos ricos e poderosos, e transportá-las para tal a outro estado entre 1994 e 1997, assim como por participar às vezes dos abusos e mentir para a justiça sob juramento.
Se for considerada culpada, Ghislaine pode receber uma pena de até 35 anos de prisão e passar o resto da vida atrás das grades, de acordo com os promotores. Ela e Epstein tinham "um método": convidavam adolescentes vulneráveis para ir ao cinema ou para fazer compras, quando perguntavam sobre a escola e a família, disse a jornalistas Audrey Strauss, promotora interina do Distrito Sul de Nova York. "Eles as faziam sentir que tinham uma dívida com Epstein", explicou.
Às vezes, Ghislaine participava dos abusos de adolescentes - uma delas de 14 anos -, por exemplo, em massagens de caráter sexual. Outras vezes, ela apenas assistia, acrescentou a promotora.
Preso em julho de 2019, Epstein declarou-se não culpado de tráfico sexual de menores e se suicidou um mês depois, aos 66 anos, na prisão de Manhattan onde aguardava julgamento. Sua morte deu origem a teorias da conspiração sobre amigos ricos e poderosos que poderiam estar envolvidos no tráfico ou abuso sexual de menores. Dois guardas carcerários foram acusados de não vigiar Epstein corretamente.
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