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Arquipélago de Fiji é devastado pelo superciclone Yasa

Superciclone Yasa atingiu as ilhas Fiji e destruiu povoados inteiros, sem deixar vítimas até o momento - LEON LORD/AFP
Superciclone Yasa atingiu as ilhas Fiji e destruiu povoados inteiros, sem deixar vítimas até o momento Imagem: LEON LORD/AFP

17/12/2020 20h31

O superciclone Yasa atingiu nesta quinta-feira (17) as ilhas Fiji e destruiu povoados inteiros, sem deixar vítimas até o momento, segundo serviços de resgate locais.

Os serviços meteorológicos de Fiji anunciaram que a tempestade tocou o solo na noite desta quinta na ilha de Vanua Levu, com rajadas de vento de até 345 km/h.

O olho do furacão demorou quase quatro horas para atravessar a ilha, provocando cheias repentinas, deslizamentos de terra e interrupção do fornecimento de energia elétrica, antes de chegar ao mar na sexta-feira de manhã.

"Muitas aldeias informaram que todas as suas casas foram destruídas", declarou à AFP a representante para Fiji da ONG Save the Children, Shairana Ali.

"Escolas ficaram danificadas e houve telhados arrancados, mas por enquanto não nos informaram sobre mortos ou feridos", acrescentou.

Há vários dias, as autoridades alertam sobre o potencial destrutivo dessa tempestade de categoria 5 - a mais alta.

O ciclone, um dos mais fortes já registrados no Pacífico Sul, poderia gerar ondas gigantes de até 10 metros.

A primeira área afetada pelo Yasa, que deve abandonar o país na sexta-feira, foi a província de Bau, pouco povoada. Segundo Shairana Alin, não parece que haja ocorrido danos importantes nas grandes cidades, exceto as inundações registradas em Rakiraki, na ilha de Viti Levu.

Em imagens publicadas nas redes sociais viam-se tetos de metal levados pelas forças do vento e casas e aldeias inundadas.

Nas zonas afetadas, "a maioria das pessoas vive da agricultura e seus cultivos também foram destruídos", acrescentou Ali.

O primeiro-ministro do Fiji, Frank Bainimarama, havia alertado que o ciclone seria tão grande que todo o arquipélago sentiria seus efeitos.

Os danos poderiam ser ainda mais graves que os causados em 2016 pelo ciclone Winston, que matou 44 pessoas.

"Mais de 850.000 fijianos estão na rota do ciclone, mais de 95% da população", disse.

Aquecimento global

Comprometido há tempos no combate ao aquecimento global, o primeiro-ministro culpou novamente o aumento das temperaturas por esses poderosos ciclones, que costumam ser muito menos frequentes.

"O mundo está esquentando e essas tempestades estão piorando", lamentou. "Todos devemos levar a sério esses desastres provocados pelo clima".

As autoridades estabeleceram abrigos e pediram às pessoas que vivem no litoral para irem para terras mais altas.

Muitas casas em Fiji são feitas de madeira ou aço corrugado, materiais que as tornam particularmente vulneráveis às tempestades.

Por conta disso, as autoridades pediram à população que buscasse refúgio em escolas, igrejas ou até mesmo contêineres.

As escolas foram fechadas e o transporte público, suspenso.

A agência meteorológica Weatherwatch, com sede na Nova Zelândia, informou que o Yasa é um dos ciclones mais fortes do Pacífico Sul, com uma extensão de mais de 300 km de largura.

Seu impacto está estimado para ser mais forte que o do furacão Harold, também de categoria 5, que em abril chegou às Ilhas Salomão, Vanuatu, Fiji e Tonga.