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Ministra renuncia após denúncia de que ex-presidente do Peru foi vacinado

Em Lima (Peru)

13/02/2021 12h46

A ministra da Saúde do Peru, Pilar Mazzetti, renunciou na sexta-feira (12) em meio a uma tempestade política após a denúncia de que o ex-presidente Martín Vizcarra foi vacinado contra a covid-19 meses antes de começar a imunização no país, informou a televisão pública.

"A doutora Pilar Mazzetti renunciou ao cargo de ministra da Saúde após apresentar uma carta ao presidente Francisco Sagasti", disse em seu site a TV Peru, a rede estatal de televisão, mas o governo manteve silêncio até o momento.

O presidente interino Franciso Sagasti confirmou a renúncia da ministra neste sábado.

"A ministra Pilar Mazzetti apresentou sua renúncia à noite", declarou o presidente em entrevista ao RPP.

Sagasti informou que o sucessor de Mazzetti, que tomará posse neste sábado, será o médico Oscar Ugarte, de 76 anos, que foi ministro da Saúde entre 2008 e 2011, durante o segundo mandato de Alan Garcia.

Ugarte será quinto titular da Saúde no Peru desde a chegada do coronavírus há 11 meses e assumirá o cargo enquanto o país enfrenta os embates da segunda onda da pandemia, com um recorde de 14.333 pacientes com covid-19 em seus hospitais, segundo o balanço oficial.

A tempestade política que levou à renúncia de Mazzetti foi desencadeada na quinta-feira, quando um jornal de Lima publicou que Vizcarra foi vacinado contra a covid-19 em outubro, semanas antes de ser destituído pelo Congresso em um julgamento político relâmpago.

A vacinação no país começou apenas nesta terça-feira e está direcionada por enquanto aos profissionais da saúde.

O popular ex-presidente (2018-2020), que busca uma cadeira no Congresso nas eleições de 11 de abril, se defendeu alegando que foi voluntário no ensaio clínico da vacina chinesa da Sinopharm no país, como milhares de outros peruanos.

Legisladores da oposição, os mesmos que votaram pela destituição de Vizcarra e que têm maioria no Congresso, estavam pressionando por uma moção de censura contra Mazzetti que provavelmente seria aprovada, o que obrigaria Sagsti a substituí-la.

Sagasti criticou os "maus tratos" que Mazzetti sofreu, segundo ele, por parte do Congresso e de alguns meios de comunicação peruanos.

"Vimos como (...) aconteceu um interrogatório realmente ultrajante (a Mazzetti no Congresso), com repetição de perguntas, com insultos (...). Não se pode tratar os ministros do Estado desta maneira", disse o presidente.

Mazzetti declarou ao Congresso na quinta-feira que não tinha "nenhum conhecimento" do caso do ex-presidente. "Não me foi informado que o senhor Martín Vizcarra recebeu a vacina, ele, sua esposa e outro familiar", afirmou.

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