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Mianmar: Polícia queima casas em bairro de Yangon

16.mar.2021 - Manifestantes se protegem atrás de escudos durante confronto com a polícia em protesto contra golpe militar em Yangon, Mianmar - STR/AFP
16.mar.2021 - Manifestantes se protegem atrás de escudos durante confronto com a polícia em protesto contra golpe militar em Yangon, Mianmar Imagem: STR/AFP

Em Yangon

17/03/2021 07h43

As forças de segurança birmanesas voltaram a reprimir, hoje, as manifestações contra o golpe militar em um município industrial de Yangon, onde incendiaram várias casas, e disparos foram ouvidos.

"Ouvimos tiros continuamente", relatou à AFP um morador do município de Hlaing Tharyar, no oeste de Yangon, um dos redutos da oposição ao golpe de Estado militar de 1º de fevereiro.

"Muito pouca gente sai à rua" por medo de serem presas, completou.

Muitas pessoas foram detidas nos últimos dias na capital econômica de Mianmar, segundo a AAPP (Associação de Assistência a Presos Políticos).

Os detidos "não são autorizados a verem seus familiares, nem seus representantes legais. Ninguém sabe onde estão detidas muitas dessas pessoas", afirmou a ONG, que também denunciou "torturas físicas e mentais".

O município de Hlaing Tharyar viveu quatro dias de grande violência desde o último domingo (14), quando várias fábricas têxteis chinesas foram incendiadas.

A origem dos ataques não foi identificada, mas o ressentimento contra a China se intensificou desde o golpe militar.

Depois do início dos incêndios, as forças de segurança se posicionaram no município e mataram várias dezenas de manifestantes.

O Exército instaurou a lei marcial, provocando o êxodo de uma parte da população.

Ontem (16), violentos conflitos foram registrados ao longo de todo dia, em particular em uma ponte bloqueada por manifestantes.

Mais de 200 civis morreram desde o golpe que derrubou o governo civil de Aung San Suu Kyi. Domingo foi o dia mais sangrento, com 74 manifestantes mortos a tiros, a maioria no município de Hlaing Tharyar.