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Estudo analisa as pequenas dificuldades de crianças nascidas prematuramente

Parto prematuro pode trazer consequências ao bebê - iStock
Parto prematuro pode trazer consequências ao bebê Imagem: iStock

AFP

29/04/2021 00h07

Aos cinco anos e meio, mais de um terço das crianças nascidas prematuramente apresentam "pequenas" dificuldades a nível motor (coordenação de movimentos), sensorial (visão, audição), intelectual ou comportamental, mas estas não devem ser negligenciadas, de acordo com um estudo francês.

Além das consequências graves (paralisia cerebral, deficiência intelectual, etc.), das chamadas dificuldades menores, observadas independentemente do grau de prematuridade, 35% dessas crianças requerem cuidados adequados para evitar que afetem a sua vida e aprendizagem.

Os pais estão mais preocupados com distúrbios comportamentais (atenção, dificuldade de controlar as emoções, etc.), de acordo com este estudo francês do Inserm publicado nesta quinta-feira no British Medical Journal.

O estudo acompanhou 3.083 crianças nascidas prematuramente em 2011, focando em sua inserção na escola, os cuidados que requerem e as preocupações de seus pais.

"A idade de 5 anos e meio corresponde a um momento fundamental no desenvolvimento da criança que permite diagnosticar dificuldades de aprendizagem e estudar habilidades cognitivas que, antes dessa idade, são muito mais difíceis" de avaliar, segundo Pierre-Yves Ancel, líder da equipe que realizou o estudo.

Nessa idade, 35% das crianças nascidas extremamente prematuras, quase 45% das muito prematuras e 55% das nascidas prematuras moderadas têm uma trajetória de desenvolvimento próxima ao normal, observa o Inserm.

O grau de prematuridade é decisivo para o neurodesenvolvimento: 27% das crianças nascidas extremamente prematuras (antes do final do sexto mês de gravidez) apresentam dificuldades de desenvolvimento graves ou moderadas em comparação com 19% das crianças muito prematuras (antes do final do sétimo mês) e 12% dos moderadamente prematuros (no início do oitavo mês).

Quase todas as crianças estavam na escola. Mias de 90% dos prematuros moderados não precisavam de apoio na aula, mas a taxa caiu para 73% entre os extremamente prematuros.

Mais da metade das crianças nascidas extremamente prematuras necessitaram de assistência de desenvolvimento (fonoaudiólogo, motricidade ou psicólogo, etc.), assim como um terço das nascidas muito prematuras e um quarto das nascidas moderadamente prematuras.

O estudo destaca que entre 20 e 40% das crianças com dificuldades graves não receberam ajuda, embora precisassem.

"É cada vez mais difícil encontrar profissionais para ajudar essas crianças", lamentou Véronique Pierrat (Inserm), coautora do estudo.

BC/may/dlm/erl/gma/am