Ao menos 25 morrem e 52 ficam feridos em explosão perto de escola afegã
Cabul - Uma explosão em frente a uma escola na capital afegã matou, neste sábado (8), pelo menos 25 pessoas e feriu 52, incluindo estudantes, informou o Ministério do Interior.
"Infelizmente, 25 mártires e 52 feridos foram levados para hospitais", explicou o porta-voz do ministério, Tareq Arian, explicando que o número de vítimas "ainda pode aumentar".
A explosão ocorreu no distrito de Dasht-e-Barchi, na zona oeste de Cabul, no momento em que os moradores faziam compras antes do feriado do Eid al-Fitr na próxima semana, que marca o fim do mês sagrado do Ramadã.
O bairro é habitado principalmente por xiitas hazaras e já foi alvo de ataques por extremistas islâmicos sunitas.
Uma investigação por "ataque terrorista" foi aberta, disse o porta-voz adjunto do Ministério do Interior, Hamid Roshan, à AFP.
Já o porta-voz do Ministério da Saúde, Dastagir Nazari, informou que várias ambulâncias foram enviadas ao local e os feridos estavam sendo evacuados.
"Algumas pessoas enfurecidas atacaram vários socorristas", disse ele.
Na sexta-feira (7), norte-americanos e europeus pediram uma retomada "imediata" e "sem pré-condições" das negociações de paz no Afeganistão, acusando o Talibã de impor violência durante a retirada das forças estrangeiras e de bloquear o processo de paz.
As forças americanas e aliadas estão em processo de retirar seus últimos militares mobilizados no país, enquanto os insurgentes talibãs e o governo afegão tentam negociar para encerrar uma guerra de décadas.
As autoridades geralmente culpam o Talibã pelos ataques em Cabul, mas os insurgentes negam responsabilidade nos atentados desde fevereiro do ano passado, quando assinaram um acordo com os EUA que abriu caminho para as negociações de paz e a saída das últimas tropas americanas.
O grupo, porém, trava confrontos diários nas áreas vizinhas a Cabul com as forças afegãs.
Neste sábado (8), a missão europeia no Afeganistão condenou o que considerou um ataque a uma escola para meninas.
"O horrendo ataque é um ato desprezível de terrorismo", observou a missão no Twitter.
"Visar estudantes do ensino fundamental em uma escola para meninas torna este ataque uma agressão contra o futuro do Afeganistão. Contra jovens determinados a melhorar o país".
A Missão de Assistência das Nações Unidas no Afeganistão (UNAMA) expressou sua "profunda rejeição" à explosão.
Dasht-e-Barchi tem sido alvo frequente de ataques de militantes islâmicos sunitas.
Em maio do ano passado, um grupo de homens armados atacou um hospital da região em uma ação em plena luz do dia, matando 25 pessoas, incluindo 16 mães de recém-nascidos.
O hospital era apoiado pela organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras, que teve de se retirar do projeto.
Embora o ataque não tenha sido reivindicado, o presidente afegão Ashraf Ghani acusou o Talibã e o Estado Islâmico.
Em 24 de outubro, um kamikaze explodiu em um centro de formação no mesmo distrito, matando 18 pessoas, incluindo estudantes em um ataque que também não foi reivindicado.
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