Governo britânico confia na eficácia das vacinas contra a variante britânica
O governo britânico declarou, neste domingo (16), que confia na eficácia das vacinas anticovid contra a variante indiana, cujo aumento na Inglaterra preocupa e pode atrapalhar o processo de desconfinamento.
O número de casos atribuídos à variante indiana no Reino Unido subiu de 520 na semana passada para 1.313 esta semana, de acordo com o ministério da Saúde.
"Se as pessoas foram vacinadas duas vezes (...) temos uma certeza crescente, com base nos primeiros dados laboratoriais (...), de que as vacinas são eficazes contra a variante indiana", que provavelmente se tornará "dominante" no Reino Unido, observou o ministro da Saúde, Matt Hancock, na BBC.
Para impedir a propagação da variante B1.617.2, o intervalo entre as duas doses da vacina (até três meses) será reduzido para oito semanas para pessoas com mais de 50 anos e os mais vulneráveis, enquanto o rastreamento será intensificado nas áreas afetadas.
Enfatizando que a variante é "claramente mais contagiosa", Hancock disse à Sky News que poderia "realmente se espalhar como um incêndio entre os grupos não vacinados": "é por isso que temos que vacinar tantas pessoas quanto possível, especialmente aquelas com maior probabilidade de hospitalização".
Mais de 36 milhões de pessoas no Reino Unido receberam a primeira dose da vacina anticovid desde o lançamento da campanha de vacinação no início de dezembro, e quase 20 milhões receberam uma segunda.
Neste domingo, o governo também se defendeu por ter adiado a tomada de medidas mais duras em relação aos viajantes da Índia.
Em 19 de abril, o executivo decidiu colocar a Índia na lista vermelha dos países cujos viajantes estão proibidos de entrar no Reino Unido, exceto residentes obrigados a fazer uma quarentena de dez dias num hotel. A medida havia sido aplicada desde o início de abril aos vizinhos Paquistão e Bangladesh.
O anúncio foi feito no dia em que o primeiro-ministro Boris Johnson cancelou sua visita oficial à Índia, sua primeira grande viagem ao exterior, devido ao agravamento da pandemia naquele país.
Matt Hancock negou que a decisão de colocar a Índia na lista vermelha foi adiada devido à viagem do líder conservador.
"Tomamos as decisões com base em evidências", disse ele à Sky News, afirmando que a Índia entrou na lista vermelha antes de a variante indiana ser designada como uma "variante sob investigação" e por causa da "alta taxa de positividade" de viajantes daquele país.
Na sexta, Johnson alertou que a variante indiana poderia perturbar o levantamento das restrições na Inglaterra, marcado para 21 de junho, se continuasse a se espalhar, após um aumento preocupante de casos no noroeste da Inglaterra e em Londres.
Apesar dos pedidos de cautela dos cientistas, ele considerou, porém, que não havia motivo para adiar a flexibilização planejada para segunda-feira - com a reabertura de teatros, pubs e restaurantes, estádios com capacidade limitada e a retomada das viagens ao exterior.
O comitê científico que assessora o governo (Sage) estimou que há uma "possibilidade realista" de que a variante indiana seja até 50% mais contagiosa do que a que apareceu no final de 2020 no sudeste da Inglaterra. Esta levou a um surto de contaminações e mortes no Reino Unido, obrigando o país a se reconfinar por longos meses em janeiro.
Se for de 40% a 50% mais contagiosa, a flexibilização das restrições na segunda-feira poderia "levar a um aumento substancial nas hospitalizações", que seria "semelhante ou maior do que os picos anteriores", quando os serviços de saúde estivessem à beira do colapso, advertiu o comitê.
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