África do Sul inicia primeira etapa para fabricar vacinas anticovid no continente
Joanesburgo, 21 Jun 2021 (AFP) - A África do Sul anunciou nesta segunda-feira(21) a primeira etapa para capacitar seu continente na produção de vacinas anticovid, mas a conclusão do projeto levará tempo e, enquanto isso, "pessoas continuam morrendo", advertiu o presidente Cyril Ramaphosa.
O presidente sul-africano, impulsionador da luta pela suspensão temporária da propriedade intelectual das vacinas, justificou a necessidade de capacitação produtiva regional devido ao fato de que "não se pode contar com as vacinas produzidas fora da África porque nunca chegam" ao continente.
"Elas nunca chegam a tempo e as pessoas continuam morrendo", disse ele da África do Sul em uma coletiva de imprensa da Organização Mundial da Saúde (OMS) dedicada a esse projeto.
Seu país representa mais de 35% do número total de casos de covid-19 registrados na África e atualmente sofre uma terceira onda massiva de infecções.
Como outros países em desenvolvimento, a África do Sul vê as vacinas indo para países ricos ou para os que, como a Índia, as fabricam em larga escala.
Apenas 2% da população do continente africano tomou pelo menos uma dose, disse o presidente Ramaphosa, enquanto os Estados Unidos e a Europa pretendem ter 70% de sua população totalmente imunizada nos próximos meses.
O anúncio desta segunda-feira deve aliviar esse desequilíbrio no longo prazo.
O objetivo é criar um "centro de transferência de tecnologia" para vacinas anticovid de RNA mensageiro, que se mostraram muito eficazes, como as da Pfizer-BioNTech e Moderna, e que parecem mais fáceis de se adaptar às novas variantes em circulação.
O projeto é promovido por um consórcio sul-africano formado pelas empresas de biotecnologia Biovac e Afrigen Biologics and Vaccines, uma rede de universidades e centros africanos de controle de doenças.
A OMS já criou um centro desse tipo com o objetivo de estimular a produção mundial de vacinas contra a gripe.
sn-vog/rjm/apo/mar/mb/jc/mvv
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