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Nove pessoas presas por conceder contratos de saúde à máfia italiana

02/08/2021 15h59

Roma, 2 Ago 2021 (AFP) - Pelo menos nove pessoas foram presas no sul da Itália por conceder contratos de saúde à máfia calabresa, a temida 'Ndrangheta, disse a polícia local nesta segunda-feira (2).

A polícia especializada em finanças de Reggio Calabria, no sul da península, especificou que os acusados também roubaram máscaras e equipamentos de proteção para médicos e enfermeiras enfrentarem a pandemia.

"Os suspeitos, em meio à crise do coronavírus, se apropriaram de equipamentos para proteção dos médicos e até roubaram do pessoal de emergência", explicou a polícia em nota.

A grave crise de saúde foi uma grande oportunidade para a organização criminosa calabresa, devido ao influxo de dinheiro público para enfrentar a emergência.

A autoridade sanitária provincial está agora encarregada de uma comissão especial, após ter sido dissolvida duas vezes na última década por causa de ligações com a 'Ndrangheta.

Os detidos foram acusados de pertencer a vários clãs da organização criminosa, de infiltração no setor da saúde, de obter ilegalmente contratos de gestão de limpeza e saneamento hospitalar.

De acordo com o comunicado, emitiram notas fiscais falsas para obter mais dinheiro da autoridade sanitária e obrigaram vários trabalhadores do setor da saúde a dar uma parte do seu salário, cerca de 250 euros por mês.

Eles devem responder por associação mafiosa, corrupção, fraude, extorsão e mediação ilegal, disse a polícia.

Entre os suspeitos estão o diretor financeiro de uma entidade de saúde de Reggio Calabria e um vereador regional, cuja campanha eleitoral foi financiada pelos suspeitos, acrescentou a polícia.

Outras sete pessoas receberam um mandado de prisão domiciliar e bens no valor de 12 milhões de euros foram confiscados.

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