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Apenas um terço dos menores frequentam aulas presenciais na América Latina

16/09/2021 18h17

Panamá, 16 Set 2021 (AFP) - Dois em cada três menores de idade seguem sem frequentar aulas presenciais na América Latina e no Caribe, por causa da pandemia, o que coloca essas crianças em risco de sofrer violência ou cair nas mãos de gangues, alertou o Unicef nesta quinta-feira (16).

"Quase duas em cada três crianças e adolescentes ainda estão fora da sala de aula na América Latina e no Caribe", afirmou esta agência da ONU em um comunicado divulgado de sua sede regional no Panamá.

De acordo com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), após um ano e meio de pandemia, cerca de 86 milhões de crianças continuam fora da escola, em comparação com 47 milhões que já retomaram o aprendizado presencial.

Os dados mais recentes a nível mundial mostram que as escolas não estão associadas a um aumento na transmissão da covid-19, apontou o Unicef.

"Nos últimos 18 meses, a maioria das crianças e adolescentes da América Latina e do Caribe não viu seus professores ou amigos fora de uma tela. Quem não tem internet simplesmente não os viu", disse Jean Gough, diretora do Unicef para a região.

Gough advertiu que a cada dia que passa sem que as crianças mais pobres e vulneráveis frequentem a escola, elas correm o risco de "abandonar a escola" e cair na "violência de gangues, abuso ou tráfico de pessoas".

"A educação virtual deve continuar e melhorar, mas está claro que durante a pandemia as famílias mais marginalizadas não tiveram acesso ao aprendizado", observou Gough.

De acordo com o Unicef, durante a pandemia, a América Latina e o Caribe tiveram mais fechamentos ininterruptos de escolas do que qualquer outra região do mundo.

No total, uma média de 153 dias de aula presencial foram perdidos desde o início da pandemia. A paralisação generalizada das instituições de ensino causou a maior interrupção do aprendizado na história moderna da região, acrescentou a agência.

"Os riscos de ficar fora da escola são muito altos, maiores do que os riscos de estar na escola. As crianças desta região já faltaram mais de um ano à escola. Não podem perder mais um dia de aprendizagem presencial", disse Gough.

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