Audiência de revisão das acusações contra Keiko Fujimori suspensa até 20 de outubro
Lima, 29 Set 2021 (AFP) - Um juiz peruano suspendeu nesta quarta-feira (29) a audiência para revisar as acusações contra a ex-candidata presidencial Keiko Fujimori até o dia 20 de outubro, fase anterior de seu julgamento sobre o caso de corrupção envolvendo a Odebrecht, que afetou também quatro ex-presidentes do país.
O juiz Víctor Zúñiga iniciou a audiência por volta das 9h45 (horário local), mas após pouco mais de uma hora suspendeu até os dias 20 e 27 de outubro.
A audiência realizada nesta quarta-feira, transmitida pela emissora de televisão do Poder Judiciário do Peru, por meio da rede social Facebook, faz parte da etapa conhecida como pré-julgamento.
A acusação começou a esclarecer a situação processual de 14 possíveis "colaboradores efetivos" que depõem contra Fujimori e sua comitiva, incluindo seu marido, o americano Mark Vito Villanella.
A revisão das acusações contra a herdeira política e filha mais velha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000) e 40 outros réus teve início em 31 de agosto.
A principal demandada no caso, Keiko Fujimori, de 47 anos, não é obrigada a assistir a esta fase de um dos primeiros julgamentos contra uma figura política de destaque no país pelo escândalo da construtora brasileira.
Fujimori está em liberdade condicional e impedida de sair do Peru. Em março, o promotor José Domingo Pérez pediu 30 anos e 10 meses de prisão para a ex-candidata presidencial enquanto fazia campanha para as eleições nas quais foi derrotada por Pedro Castillo.
Se Fujimori tivesse conquistado a presidência peruana em junho, o julgamento teria sido adiado pelos cinco anos de mandato.
A líder de direita já esteve em prisão preventiva duas vezes, cumprindo 16 meses no total, acusada de receber contribuições ilegais da Odebrecht e lavá-las com a ajuda de seus corréus nas campanhas de 2011 e 2016. Ela nega as acusações.
A fase de revisão ou "controle de acusação" pode durar dias, semanas ou meses, antes do início do julgamento, prazos que alimentam críticas ao sistema judiciário por sua morosidade; a investigação do Ministério Público levou quase cinco anos.
Ex-chefes da Odebrecht afirmaram ter distribuído ilegalmente milhões de dólares entre políticos peruanos, incluindo Fujimori e quatro ex-presidentes: Pedro Pablo Kuczynski (2018-2016), Ollanta Humala (2011-2016), Alan García (1985-1990 e 2006-2011), que se suicidou antes de ser preso em abril de 2019, e Alejandro Toledo (2001-2006).
ljc/rsr/dga/jc/mvv
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