Mais de 2.000 centros de saúde fechados devido à crise econômica no Afeganistão
O sistema de saúde está à beira de um colapso no Afeganistão, onde pelo menos 2.000 centros de saúde já fecharam devido à falta de liquidez que o país enfrenta, alertou um alto funcionário da Cruz Vermelha nesta quinta-feira (30).
"As pessoas concordarão em trabalhar sem remuneração por mais algumas semanas", advertiu Alexander Matheou, diretor para a Ásia e o Pacífico da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (IFRC), em uma entrevista coletiva em Cabul.
"Mas quando não houver remédios, eletricidade e nada para oferecer aos pacientes, eles fecharão", acrescentou.
Devastada por décadas de guerra, a economia afegã ficou parcialmente paralisada desde que o Talibã recuperou o poder em meados de agosto devido ao congelamento da ajuda internacional e dos ativos afegãos mantidos no exterior.
Sem financiamento internacional, muitas ONGs, que até agora haviam sido a principal fonte de recursos do sistema de saúde, ficaram sem dinheiro ou tiveram que abandonar suas operações.
"Isso é o que paralisa o sistema de saúde", disse Matheou à AFP após uma visita de quatro dias ao Afeganistão. "O desafio é encontrar meios alternativos de financiamento".
"Mais de 2.000 centros de saúde fecharam" e cerca de 23.000 profissionais de saúde, dos quais 7.000 são mulheres, não recebem seu salário ou tiveram que parar de trabalhar, disse ele.
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