Curdos protestam na Síria contra recrutamento forçado de seus filhos
Dezenas de curdos se manifestaram neste domingo (28) em Qamichli (nordeste da Síria) para protestar contra o alistamento de seus filhos e filhas menores de idade em fileiras de milícias, o que para eles equivale a um sequestro.
"Devolvam os nossos filhos", "as mães temem o serviço militar", diziam algumas faixas erguidas pelas famílias reunidas em frente ao escritório da ONU nesta cidade sob administração curda.
De acordo com o relatório publicado em maio passado pela ONU, mais de 400 meninos e meninas foram recrutados entre julho de 2018 e junho de 2020 pelas Unidades de Proteção Popular (YPG) e seus aliados no nordeste da Síria.
"Minha filha só tem 16 anos e está doente. Está desaparecida há seis dias e não sabemos onde está", disse Mohamad Sharif, um pai de 35 anos. Ele acusa as Unidades de Proteção da Mulher (YPJ), ramo feminino das YPG, que tem uma sede perto de sua casa, de sequestrar sua filha.
Em junho de 2019, as autoridades locais curdas assinaram um plano de ações conjuntas com a ONU para encerrar e prevenir o alistamento de crianças. Mas, desde então, a ONU confirmou ao menos 160 casos de recrutamento de menores.
Devido ao conflito sírio, que começou em 2011, os curdos fortaleceram sua autonomia instaurando um governo no norte e nordeste do país, no qual impuseram a igualdade de gênero, assim como nas fileiras das milícias curdas.
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