UE e EUA decidem ampliar sanções contra Belarus
Bruxelas, 1 dez 2021 (AFP) - Representantes dos 27 países da União Europeia (UE) alcançaram, nesta quarta-feira (1º), um acordo político para ampliar a lista de sanções contra Belarus, com a inclusão de 28 funcionários e entidades, de acordo com fontes europeias. Estados Unidos também anunciaram novas sanções "muito em breve".
O acordo europeu ainda precisa ser oficialmente adotado por um Conselho de Ministros na quinta-feira, antes que os nomes dos funcionários e entidades sejam publicados no Diário Oficial da UE.
De acordo com fontes europeias, 17 funcionários e 11 entidades bielorrussas serão adicionados à lista de sancionados.
A lista de sanções da UE já possui 166 nomes, incluindo o presidente bielorrusso Alexander Lukashenko e seus dois filhos, assim como 15 entidades ligadas ao seu governo.
Todos eles estão proibidos de entrar no espaço da UE e sofrerão o congelamento de eventuais ativos que possuírem no bloco.
Essa lista foi adotada pela UE devido à repressão violenta do governo bielorrusso dos protestos em 2020 pelas denúncias de irregularidades nas eleições em que Lukashenko foi reeleito.
Além disso, o governo de Lukashenko forçou o pouso em Kiev de um avião de passageiros para prender um opositor.
Depois desse gesto, a UE proibiu companhias aéreas de Belarus de acessarem o espaço europeu e usarem seus aeroportos.
Nos últimos meses, a UE acusou Belarus de impulsionar uma onda migratória para Polônia, Lituânia e Letônia, três países do bloco, em retaliação pelas sanções.
- "Armas políticas" -Os Estados Unidos também afirmaram que anunciarão novas sanções "muito em breve" pelos mesmos motivos.
"Acredito que vocês verão muito em breve um pacote de sanções coordenado" com a União Europeia, afirmou nesta quarta-feira um responsável americano após o anúncio feito pela UE.
Segundo esta fonte diplomática, as novas sanções poderiam ser decididas ainda nesta semana.
Um pouco antes neste mesmo dia, após a reunião da Otan na Letônia, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, confirmou que Washington preparava novas sanções contra o governo de Lukashenko.
"Pedimos ao governo que deixe imediatamente de usar os migrantes como armas políticas", afirmou o chefe da diplomacia dos EUA.
O governo de Lukashenko nega estar por trás dessa onda migratória.
De acordo com os últimos dados da Comissão Europeia, quase 8.000 imigrantes chegaram à UE este ano através de Belarus: 4.285 na Lituânia, 3.255 na Polônia e 426 na Letônia.
Diante do que considera "uma tentativa de desestabilização" em suas fronteiras por parte de um "governo totalitário", a UE também está disposta a sancionar as empresas de outros países pelo transporte de migrantes até Belarus.
A Comissão Europeia, que já apresentou um projeto de lei neste sentido, estimou na semana passada em 15.000 o número de imigrantes "presos" em Belarus, incluindo 2.000 nas fronteiras com Polônia, Lituânia e Letônia.
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