Ex-presidente hondurenho sofreu 'humilhação' durante prisão, diz esposa
O ex-presidente hondurenho Juan Orlando Hernández, capturado na terça-feira após um pedido de extradição dos Estados Unidos por tráfico de drogas, foi submetido a "humilhações" durante a detenção, denunciou neste sábado (19) sua esposa, Ana García.
Hernández "foi submetido a um cenário horroroso e humilhante" e "durante mais de 17 horas enfrentamos o horror, temíamos por nossas vidas e integridade sofrendo o assédio constante de 600 agentes de segurança", denunciou em um comunicado García, que anunciou que apresentará as acusações às "autoridades competentes".
Os Estados Unidos solicitaram de Honduras na segunda-feira a extradição de Hernández, acusado de exportar 500 toneladas de cocaína e receber subornos de líderes de carteis como o mexicano Joaquín "Chapo" Guzmán, enquanto era presidente do Congresso e depois da República por dois mandatos, entre 2010 e 2022.
Logo após a oficialização do pedido americano, a casa do ex-presidente foi cercada por um forte contingente policial, ele foi detido e levado para a sede das Forças Especiais da polícia, em Tegucigalpa.
Hernández compareceu na quarta-feira perante um juiz, que lhe leu as acusações e o devolveu à sede da polícia para comparecer novamente a uma segunda audiência em 16 de março.
De "forma cruel e degradante" houve "uma superexposição ao público através da mídia, inclusive com o uso de drones que sobrevoaram nossa casa de forma abrupta invadindo nossa privacidade", criticou a ex-primeira-dama.
Hernández, que deixou a presidência hondurenha em 27 de janeiro, foi indiciado pelos promotores de Nova York por supostas ligações com o tráfico de drogas. Seu irmão, o ex-deputado "Tony" Hernández, foi condenado em março de 2021 à prisão perpétua nos Estados Unidos pelo mesmo crime.
Em um comunicado, o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, destacou que "de acordo com várias reportagens críveis da mídia", Hernández "se envolveu em corrupção significativa ao cometer ou facilitar atos de corrupção e tráfico de drogas, e ao usar o produto das atividades ilícito para campanhas políticas".
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