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México vê mais chances de julgamento contra fabricante de armas americana

23/02/2022 22h58

Cidade do México, México, 24 Fev 2022 (AFP) - O acordo da fabricante de armas Remington para indenizar as famílias das vítimas de um massacre, e recursos de 26 promotores reforçam a ação movida pelo México contra 11 fabricantes de armas dos Estados Unidos, indicou nesta quarta-feira o assessor jurídico da chancelaria, Alejandro Celorio.

Em entrevista à AFP, Celorio disse que se "reforça o otimismo" de que o juiz de Massachusetts irá aceitar a denúncia e iniciar um julgamento, que seria inédito.

O acordo pelo massacre de Sandy Hook, que deixou 26 mortos em dezembro de 2012, "aumenta a moralidade, a legitimidade do nosso processo, porque, por muito tempo, as empresas conseguiram criar uma narrativa de que não são responsáveis pelo que acontece depois que as armas saem de suas fábricas", destacou Celorio.

A esse acordo, anunciado há dias, soma-se que 26 procuradores distritais norte-americanos aderiram ao recurso Amicus curiae para que o tribunal aceite o recurso, sublinhou.

"Como disseram os 26 procuradores, é uma questão de interesse público. As armas que são traficadas para o México muitas vezes retornam a cidades americanas para gerar violência. Além disso, essas mesmas armas em poder do crime organizado no México estão envolvidas na produção e no tráfico de substâncias ilícitas que prejudicam a população americana", argumentou Celorio.

Dois países - Belize e Antígua e Barbuda - e 14 estados americanos se somaram ao recurso Amicus curiae.

Em 4 de agosto passado, o governo mexicano entrou com uma ação em um tribunal de Massachusetts contra 11 fabricantes de armas, acusando-as de práticas "negligentes", que facilitam o seu contrabando para o México, mergulhado há 15 anos em uma onda de violência ligada ao tráfico de drogas.

O México pede uma indenização financeira. Segundo estudos, o custo do combate à violência no país seria superior a 1,5% do PIB anual. A chancelaria estima que mais de meio milhão de armas entram ilegalmente no México a partir dos Estados Unidos.

sem/axm/gm/lb