Caso do príncipe Andrew por acusações de abuso sexual é encerrado
Nova York, 8 Mar 2022 (AFP) - Após o acordo extrajudicial alcançado pelo príncipe Andrew e Virginia Giuffre, que o denunciou por abuso sexual, o caso foi encerrado no tribunal de Manhattan que o instruiu, segundo um documento publicado nesta terça-feira (8).
O documento, datado de 8 de março, indica que o acordo de 12 de fevereiro entre Virginia Giuffre e o príncipe Andrew supõe a "retirada desta ação" e especifica que "cada uma das partes" assumirá as despesas nela incorridas, segundo os respectivos advogados de acusação e defesa David Boies e Andrew B. Brettler.
O juiz de instrução Lewis A. Kaplan também confirmou o fim do processo.
O príncipe e a americana Virginia Giuffre chegaram a um acordo extrajudicial para encerrar um processo civil que, se continuasse, colocaria a família real britânica em apuros. O acordo financeiro entre os dois é mantido em segredo.
A informação sobre o acordo limitou-se a especificar que o duque de York pretendia "fazer uma doação substancial à organização de Virginia Giuffre", criada no ano passado para ajudar vítimas de tráfico sexual.
Segundo a imprensa britânica, o duque de York, de 61 anos, teria prometido pagar a Giuffre até 16 milhões de dólares para encerrar o caso.
O filho da rainha Elizabeth II foi alvo de um processo de Giuffre, 38, que o acusou de abusar sexualmente dela quando tinha 17 anos.
Giuffre foi uma das muitas vítimas do bilionário Jeffrey Epstein, acusado de pedofilia e que foi encontrado morto em uma prisão de Manhattan em agosto de 2019 enquanto aguardava julgamento.
Com o acordo, o príncipe, que sempre negou as acusações de Giuffre, evitou um julgamento civil nos Estados Unidos, especialmente constrangedor para a família real britânica no ano em que Elizabeth II comemora 70 anos de reinado.
Na tentativa de proteger a monarquia, Andrew foi privado em janeiro de suas honras e títulos militares e não pode usar seu título de Alteza Real.
O terceiro filho da rainha já teve que se retirar da vida pública após uma desastrosa entrevista à BBC em 2019, na qual não demonstrou nenhum remorso por sua amizade com Epstein ou a menor empatia pelas vítimas do financista americano.
af/ag/jc/mvv
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