Ao menos 233 mortes na Venezuela vinculadas a cortes de luz em hospitais
Caracas, 30 Mar 2022 (AFP) - Ao menos 233 pessoas morreram entre 2019 e 2021 em hospitais da Venezuela devido aos cortes de energia que constantemente são registrados no país, revelou um estudo nesta quarta-feira (30).
"Para o ano de 2019, o total de mortes atribuíveis aos cortes de energia na Venezuela foi de 17 pessoas. Para 2020, foi de 75 e até o final de 2021 foi de 141", revelou a Pesquisa Nacional de Hospitais (EHN), que tem o aval da Academia Nacional de Medicina, assim como de setores de oposição.
A pesquisa, na qual participam médicos dos principais hospitais do país, foi criada em 2014 para denunciar as deficiências no sistema público de saúde, imerso na escassez de medicamentos e insumos, cortes de água e luz e com uma infraestrutura precária.
Os responsáveis pelo estudo, reunidos na ONG Médicos pela Saúde, começaram a medir as mortes que podem ser atribuíveis aos cortes de luz após o apagão geral de 2019, que se estendeu por quatro dias.
O relatório explica que houve "pacientes que morreram porque precisavam de ventilação mecânica ou tiveram que entrar na sala de cirurgia de emergência e não puderam ser transferidos para dentro do hospital porque não havia elevador".
Detalha também que o aumento das mortes em 2021 poderia estar relacionado com a pandemia de covid-19. "Por se tratar de uma doença com acometimento respiratório, os pacientes que apresentavam quadros mais graves necessitavam de ventilação mecânica constante por muitos dias. A oscilação de energia obviamente tem consequências nesses casos."
A Venezuela vive há mais de uma década constantes cortes de energia elétrica, os quais o governo do presidente Nicolás Maduro atribui normalmente a sabotagens e "atos terroristas", assim como às sanções internacionais que buscaram, sem sucesso, sua saída do poder.
No entanto, os especialistas concordam que tanto a crise elétrica quanto a hospitalar são frutos de anos de falta de investimento.
ba/jt/dg/aa/mvv
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