Pós-depoimento de Cid, líderes da direita falam em 'inocência' de Bolsonaro
Políticos que exercem papel de destaque na direita saíram em defesa de Jair Bolsonaro depois de dois dias em silêncio. Na terça-feira (19), a Polícia Federal deflagrou uma operação que revelou um plano de militares para matar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
As manifestações vieram somente após o indiciamento, nesta quinta-feira (21), de Bolsonaro, do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e de outras 35 pessoas, suspeitos de tentativa de golpe de Estado, de abolição violenta do Estado democrático de Direito e de organização criminosa.
Também nesta quinta, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, prestou depoimento no STF e, ao final, conseguiu manter seu acordo de delação premiada.
"Tenho certeza de que Bolsonaro não está envolvido em nenhum plano para matar Lula", disse à coluna Rogério Marinho (PL), líder da oposição no Senado.
Para Marinho, trata-se de uma "narrativa" criada pela PF. Ele afirmou ainda que espera mais "serenidade" e "independência" da PGR (Procuradoria-Geral da República), que agora está responsável pela próxima etapa do processo, a possível denúncia contra o ex-presidente.
Segundo apurou a coluna, havia um incômodo muito grande como a possibilidade de que Bolsonaro pudesse ser envolvido diretamente, com provas robustas, na trama em que militares golpistas planejaram matar Lula, Alckmin e Moraes, descoberta pelos investigadores.
Logo que o caso veio à tona, apenas os filhos, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) blindaram o pai.
Com as notícias de que Cid teria revelado apenas uma reunião na casa do general Braga Netto com os militares golpistas que planejaram os assassinatos, sem implicar diretamente Bolsonaro, os políticos se sentiram mais tranquilos para defender o ex-presidente e passaram a falar em "narrativas". Braga Netto foi ministro da Defesa e da Casa Civil na gestão Bolsonaro e concorreu a vice na chapa do ex-presidente em 2022.
Outro que usou esse mesmo termo foi o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
"Há uma narrativa disseminada contra o presidente Jair Bolsonaro e que carece de provas. É preciso ser muito responsável sobre acusações graves como essa", afirmou.
Um dos mais fiéis aliados de Bolsonaro, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), que vinha recusando entrevistas, também foi às redes sociais. "Há coisas a respeito das quais tenho certeza, e uma delas é sobre a inocência de Bolsonaro".
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