Traficante foragido e requerido pela Justiça dos EUA é morto na Colômbia
Bogotá, 26 Mai 2022 (AFP) - O traficante de drogas conhecido como "Matamba", que pertencia ao Clã do Golfo e fugiu em março de uma prisão colombiana, enquanto a Justiça avaliava sua extradição aos Estados Unidos, foi morto pela polícia do país sul-americano, informou Bogotá nesta quinta-feira (26).
"Foi neutralizado Juan Larinson Castro Estupiñán, vulgo 'Matamba', ex-líder do 'Clã do Golfo' e um dos criminosos mais procurados do país", anunciou no Twitter o presidente da Colômbia, Iván Duque.
Minutos depois, o ministro da Defesa, Diego Molano, detalhou que criminoso foi "abatido em confronto" durante uma operação da polícia e do Ministério Público no município de Bolívar, no norte do país.
Considerado o elo do Clã com o cartel mexicano de Sinaloa Nova Geração no Pacífico colombiano, Matamba fugiu de uma prisão em Bogotá em 18 de março, supostamente com a cumplicidade da guarda penitenciária.
Após a fuga, as autoridades ativaram um comando para capturá-lo com a ajuda do "governo dos Estados Unidos" e da agência antidrogas DEA, afirmou o chefe de polícia, general Jorge Luis Vargas.
Quando ele foi capturado, em uma casa de uma zona rural, "a informação que tenho é que havia lançado uma granada", detalhou.
A polícia divulgou imagens de um corpo dentro de um saco branco estendido em um caminho de terra, com um fuzil ao lado.
O governo estava oferecendo o equivalente a 500 mil dólares por informações sobre o paradeiro de Matamba.
Ele fugiu da prisão de La Picota vestindo um uniforme de guarda e graças à colaboração de um carcereiro, que deixou aberta a porta de sua cela.
O guarda acabou preso e outros 55 carcereiros foram suspensos, assim como o diretor e o subdiretor da prisão. Os Estados Unidos também pediram a extradição dos envolvidos.
Após ter acesso aos vídeos da fuga, a advogada do narcotraficante alegou que o homem que aparece nas imagens não era o seu cliente. Segundo a defesa, Matamba não fugiu, mas desapareceu no interior da prisão enquanto negociava um acordo de delação premiada com a Justiça americana em troca de informações sobre rotas do tráfico.
Na Colômbia, Matamba era acusado de associação criminosa com fins de homicídio, extorsão e porte ilegal de armas. Ele se declarou inocente, segundo a defesa.
Matamba fez parte da guerrilha comunista antes de trocar de lado e se juntar aos paramilitares de extrema-direita, arqui-inimigos dos insurgentes.
Depois de negociar com Otoniel, o antigo líder do Clã do Golfo que foi extraditado aos Estados Unidos no início deste mês, Matamba assumiu o comando de um grupo de 200 homens dentro da organização criminosa, segundo as autoridades.
Em represália à extradição de Otoniel, o grupo que comandava deu uma demonstração de força em seu reduto no noroeste da Colômbia ao impor uma "paralisação armada" no início deste mês, a poucas semanas das eleições presidenciais de 29 de maio.
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