Equador decreta estado de exceção em 3 províncias por protestos indígenas
O presidente do Equador, Guillermo Lasso, anunciou nesta sexta-feira que decretou estado de exceção em três províncias, uma delas onde fica Quito, devido à violência durante um protesto de indígenas. Os atos pedem a redução dos preços dos combustíveis.
"Prometo defender nossa capital e o país. Isso me obriga a decretar estado de exceção em Pichincha (capital Quito), Imbabura e Cotopaxi a partir da meia-noite desta sexta-feira", anunciou o presidente em discurso transmitido pela TV.
Os protestos começaram na segunda-feira por convocação da opositora Conaie (Confederação de Nacionalidades Indígenas), que pede a redução para 1,50 dólares do preço do galão de diesel de 3,78 litros e para 2,10 dólares a gasolina de 85 octanas.
Entre maio de 2020 e outubro de 2021, o diesel quase dobrou de valor, passando de 1 para 1,90 dólares, e a gasolina aditivada subiu 46%, passando de 1,75 para 2,55.
Após três dias de manifestações, ainda não há luz no fim do túnel: o líder da Conaie, Leônidas Iza, afirma que o Executivo não oferece garantias para conversar e que não respondeu aos pedidos dos povos originários.
Lasso, um ex-banqueiro de direita que assumiu o cargo há um ano, recebeu um grupo de indígenas da província de Cotopaxi (sul) residentes em Quito.
"Não queremos derramamento de sangue, mais vandalismo, mais violência. O Equador é um país de paz", manifestou o secretário da organização indígena Unoric, César Pérez, após os confrontos dos últimos dias entre manifestantes e policiais.
O Conaie afirma que manterá os protestos até que o governo atenda a uma lista de 10 demandas, que incluem a regulação do preço dos produtos agrícolas e a renegociação de dívidas bancárias de 4 milhões de famílias.