Cúpula do G7 abre com novas sanções e apelo à unidade
Castelo de Elmau, Alemanha, 26 Jun 2022 (AFP) - Líderes dos países do G7 anunciaram novas sanções contra a Rússia neste domingo (26) e pediram a unidade do grupo, no primeiro dia de uma cúpula na Alemanha amplamente dedicada à guerra na Ucrânia.
"Juntos, o G7 anunciará que proibiremos o ouro russo, uma importante fonte de exportação, privando a Rússia de bilhões de dólares", tuitou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
À espera de um anúncio coletivo no final da reunião na terça-feira, os Estados Unidos, Reino Unido, Canadá e Japão foram em frente e anunciaram um embargo ao ouro recém-extraído na Rússia.
"Essas medidas atingirão diretamente os oligarcas russos e atingirão o coração da máquina de guerra de Putin", disse o primeiro-ministro britânico Boris Johnson.
A Rússia é um grande produtor de ouro cujas exportações representaram cerca de US$ 15,5 bilhões em 2021, segundo Downing Street.
Os líderes das grandes potências econômicas - Estados Unidos, Canadá, Japão, Alemanha, França, Itália, Reino Unido - se reúnem por três dias no castelo bávaro de Elmau. O presidente ucraniano Volodimir Zelensky participará da cúpula virtualmente na segunda-feira.
- Risco de "cansaço" -Os países ocidentais deram puniram a Rússia com sanções econômicas excepcionalmente rígidas, sem aparentemente incomodar o presidente russo Vladimir Putin, que está constantemente aumentando a aposta em uma guerra sem fim à vista.
O governo ucraniano considera que as sanções não são suficientes e pede para punir ainda mais a Rússia, que novamente bombardeou a capital ucraniana neste domingo, ato que Biden descreveu como "bárbaro".
O líder dos EUA pediu a unidade do G7 e da OTAN diante da ofensiva de Moscou. Vladimir Putin esperava "que, de uma forma ou de outra, a Otan e o G7 se separassem", disse Biden. "Mas não o fizemos e não vamos", acrescentou.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, no entanto, alertou para o risco de "cansaço" nos países ocidentais.
Anfitrião da cúpula, o chanceler alemão também elogiou a unidade dos aliados, algo que "Putin não esperava" e pediu aos países que "compartilhem a responsabilidade" de enfrentar os desafios crescentes do conflito.
Diante do avanço das tropas russas na região do Donbass, no leste da Ucrânia, Johnson concordou com o presidente francês Emmanuel Macron que "foi um momento crítico para a evolução do conflito e que era possível mudar o rumo da guerra", de acordo com um porta-voz do governo britânico.
- Sem negociar uma solução "agora"-No entanto, Johnson alertou o líder francês que uma solução negociada "agora" na Ucrânia poderia prolongar a "instabilidade mundial".
O conflito e suas consequências serão amplamente discutidos na cúpula que vai até terça-feira, mas outros desafios também serão abordados, como a ameaça de recessão e as crises ambientais causadas pelas mudanças climáticas.
Além da atual situação de tensões com a Rússia, os países ocidentais olham com preocupação para a China, que emerge como um rival sistêmico. O G7 quer contrariar o gigante asiático e suas "Novas Rotas da Seda" investindo maciçamente na infraestrutura dos países da África, Ásia e América Latina. Os líderes farão um balanço deste projeto neste domingo.
Neste sentido, o G7 anunciou o lançamento de um grande programa de investimentos, com o objetivo de mobilizar 600 bilhões de dólares até 2027, para financiar infraestruturas de países em desenvolvimento.
O G7 "estabeleceu como ambição fazer uma melhor oferta de investimento em infraestruturas para o mundo", destacou o chanceler alemão, que apresentou o projeto chamado "Associação Mundial para Infraestruturas" junto ao presidente americano.
De fato, para nutrir alianças fora de sua área, o G7 convidou os líderes da Argentina, Índia, Indonésia, Senegal e África do Sul para sua cúpula. Argentina e Indonésia apoiaram os votos contra a Rússia na ONU, mas os demais convidados se abstiveram.
Todos estão preocupados com a ameaça de uma crise de fome causada pelo bloqueio das exportações de grãos da Ucrânia. Diante desse risco, a Índia já restringiu suas próprias exportações de grãos.
- Dificuldades internas -Os ativistas climáticos, por sua vez, esperam que o G7 faça avanços concretos, como ter uma agenda para eliminar completamente o uso de combustíveis fósseis.
As sessões de cúpula serão complementadas por reuniões bilaterais.
A primeira será entre Biden e o chanceler alemão Olaf Scholz, dois líderes que enfrentam dificuldades em seus próprios países.
bur-hmn/mfp/js/zm/sag/mar/aa
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.