Opas registra aumento dos casos de sífilis nas Américas
Washington, 6 Jul 2022 (AFP) - Os casos de sífilis e sífilis congênita, uma infecção sexualmente transmissível que pode ser transmitida de mãe para filho com possíveis efeitos devastadores, aumentaram nas Américas, alertou nesta terça-feira (5) a Organização Pan-americana da Saúde (Opas).
Calcula-se que 4,6 milhões de pessoas tenham sífilis na região, segundo a revisão epidemiológica lançada em junho pela Opas.
Em 2020, os países das Américas reportaram 29.147 casos de sífilis congênita e cifras preliminares de 2021 registram mais de 30.000 casos desta infecção transmitida de mãe para filho.
"O número de pessoas afetadas continua sendo inaceitavelmente alto para uma doença que não devia mais existir", afirmou Marcos Espinal, vice-diretor interino da Opas, citado em um comunicado, insistindo em que existe tratamento e que seu custo é acessível.
A sífilis pode causar problemas neurológicos, cardiovasculares e dermatológicos nos adultos e ser transmitida na gravidez, "algo que pode provocar aborto espontâneo, morte fetal ou pouco depois do nascimento, prematuridade ou deficiências graves nos recém-nascidos", adverte a Opas.
Em 2016, a Assembleia Mundial da Saúde fixou a meta de reduzir os novos casos de sífilis em 90% entre 2018 e 2030, e os novos caso de sífilis congênita a menos de 50 por 100.000 crianças nascidas vivas.
Atualmente, a incidência de sífilis congênita na região é de 200 por 100.000, ou seja, muito superior a este objetivo.
"Devemos testar todas as mulheres na primeira consulta pré-natal, antes da 20ª semana e no terceiro trimestre da gravidez, e tratar de forma imediata com penicilina as positivas, assim como seus bebês, para evitar a transmissão", recomenda Rodolfo Gómez Ponce de León, assessor regional em saúde sexual e reprodutiva da Opas, citado no mesmo comunicado.
"Para evitar a reinfecção, também é necessário tratar os companheiros das gestantes", acrescentou.
A Revisão Epidemiológica sobre Sífilis da Opas mostra que na América Latina em 2020 só foram oferecidos testes de detecção da doença a apenas 59% das grávidas.
erl/cjc/mvv
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.