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Diálogo entre indígenas e governo do Equador é 'vital', diz ministro

06/07/2022 22h21

Quito, 7 Jul 2022 (AFP) - O diálogo entre o governo do Equador e as organizações indígenas é "vital" para o país, após o fim de 18 dias de protestos que deixaram seis mortos, disse nesta quarta-feira (6) o ministro do Governo (Casa Civil), Francisco Jiménez, antes da reunião marcada para esta quinta-feira.

"Este processo é vital para o país, é vital para o governo, é vital para a paz da república", afirmou Jiménez a repórteres nesta quarta-feira antes de uma reunião de gabinete para preparar o encontro a portas fechadas com os indígenas.

A reunião será feita com a mediação da Igreja Católica na sede da Conferência Episcopal Equatoriana em Quito a partir das 09h00 (11h00 de Brasília).

Jiménez considerou o diálogo um "exercício sem precedentes para o país" após os protestos liderados pela Confederação de Nacionalidades Indígenas (Conaie) em repúdio ao alto custo de vida e ao preço do combustível. A poderosa organização participou entre 1997 e 2005 de revoltas que derrubaram três presidentes.

Leonidas Iza, presidente da Conaie, escreveu em sua conta no Twitter que "o movimento indígena tudo fará de sua parte para que as mesas técnicas possam canalizar os mecanismos em soluções reais para as pendências".

As manifestações, que mobilizaram cerca de 14 mil pessoas em todo o país e deixaram seis mortos e mais de 600 feridos, foram encerradas na quinta-feira passada após a assinatura de uma "ata de paz" em que o governo prometeu baixar até 8% o preço dos combustíveis.

Com esta redução que entrou em vigor na sexta-feira, o galão de diesel passou de 1,90 para 1,75 dólares e o de gasolina normal de 2,55 para 2,40 dólares.

O Executivo também aceitou o aumento do bônus assistencial às famílias com menos recursos, subsídios para insumos agrícolas e o perdão de dívidas de até 3.000 dólares de camponeses com bancos públicos, para os quais terá que destinar mais de 700 milhões de dólares por ano, em meio a uma crise econômica.

O governo também concordou em estabelecer mesas de diálogo para atender outras solicitações de organizações indígenas que estavam pendentes. Segundo Jiménez, algumas das questões a serem discutidas serão a possibilidade de ampliar o perdão de dívidas e o direcionamento "desafiador" dos subsídios.

O governo estima que os protestos deixaram perdas de cerca de 1 bilhão de dólares.

pld/dga/am