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Elizabeth II receberá novo primeiro-ministro britânico em seu castelo da Escócia, algo inédito

31/08/2022 08h32

A rainha Elizabeth II receberá na terça-feira (6) o novo primeiro-ministro britânico em sua residência escocesa de Balmoral, algo inédito para a soberana de 96 anos, devido aos seus "problemas de mobilidade", informou um porta-voz do Palácio de Buckingham nesta quarta-feira (31). 

A monarca recebe tradicionalmente os novos chefes de Governo no Palácio de Buckingham, em Londres, mas por conta de suas dificuldades para viajar, a imprensa se perguntava se sairia de sua casa de verão para ir à capital para o anúncio do sucessor de Boris Johnson, previsto para segunda-feira.

A ministra das Relações Exteriores, Liz Truss, e o ex-ministro das Finanças Rishi Sunak se enfrentam desde julho na disputa pelo posto de novo líder do Partido Conservador britânico e, consequentemente, primeiro-ministro.

Cerca de 200.000 membros do partido puderam votar por correio e online em um processo que termina na sexta-feira e cujo resultado será conhecido na segunda-feira.

Grande admiradora da falecida primeira-ministra Margaret Thatcher e defensora de suas políticas ultraliberais, Truss, 47 anos, aparece como a favorita, com mais de 30 pontos à frente nas pesquisas sobre Sunak, um ex-bancário bilionário de 42 anos. neto de imigrantes indianos.

Johnson, que renunciou em julho como líder do Partido Conservador e terá que deixar Downing Street para que seu substituto se torne chefe de governo, também viajará para Balmoral, castelo localizado 830 quilômetros ao norte de Londres, para apresentar sua renúncia formal à soberana.

- Fato inédito desde 1952 -

Esta será a primeira vez que a chamada cerimônia de "beija-mão" acontecerá fora de Londres desde que o primeiro-ministro Winston Churchill deu as boas-vindas a Elizabeth II no aeroporto de Heathrow em 1952, quando ela se tornou rainha após a morte de seu pai enquanto estava viajando.

"Não falo das minhas conversas com a rainha, nenhum primeiro-ministro faz isso", afirmou Johnson nesta quarta-feira, ao ser questionado sobre esta mudança de protocolo que pode atrasar os discursos de despedida e a posse, assim como a formação de um novo governo.

"O que posso dizer é que, sem dúvida, vamos garantir que a transferência de poder seja feita de uma maneira que convenha perfeitamente", acrescentou.

A monarca mantém semanalmente uma audiência com o chefe de governo, que desde o início da pandemia em 2020 acontece principalmente por telefone. 

Desde então, passa a maior parte do ano no castelo de Windsor, 40 quilômetros ao oeste de Londres, e visita Buckingham somente para atos destacados.

Sua saúde tem sido motivo de crescente preocupação desde que se soube em outubro passado que ela passou uma noite internada para se submeter a "exames" médicos cuja natureza nunca foi especificada. 

Suas aparições públicas são cada vez mais raras.

Em junho, o Reino Unido comemorou em grande estilo o Jubileu de Platina, o 70º aniversário da ascensão ao trono de Elizabeth II, que cada vez mais delega funções oficiais ao seu herdeiro, o príncipe Charles, de 73 anos.

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© Agence France-Presse