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Ao menos 18 mortos em explosão em mesquita no Afeganistão

Soldados do Talibã bloqueiam estrada após explosão em mesquita em Herat, no Afeganistão - 2.set.2022 - STR/AFP
Soldados do Talibã bloqueiam estrada após explosão em mesquita em Herat, no Afeganistão Imagem: 2.set.2022 - STR/AFP

02/09/2022 09h48

A explosão de uma bomba, nesta sexta-feira (2), em uma das maiores mesquitas do oeste do Afeganistão matou pelo menos 18 pessoas, incluindo um imã influente que havia pedido a decapitação daqueles que cometessem "o menor ato" contra o governo talibã. 

Imagens postadas no Twitter mostram o que parecem ser corpos cheios de sangue espalhados pela mesquita de Gazargah, na cidade de Herat. 

Desde que o Talibã voltou ao poder no ano passado, a violência diminuiu, mas vários ataques, principalmente contra comunidades minoritárias, abalaram o país nos últimos meses, muitos deles reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI).

Pelo menos 18 pessoas morreram e 23 ficaram feridas na explosão desta sexta-feira, informou Hameedullah Motawakel, porta-voz do governador da província de Herat, em mensagem à mídia. 

O porta-voz do governo afegão, Zabihullah Mujahid, confirmou que Mujib ur Rahman Ansari, o imã da mesquita, está entre os mortos.

"Um forte e corajoso erudito religioso deste país morreu como mártir em um ataque brutal", declarou no Twitter. 

Ansari era um clérigo influente conhecido por seus discursos inflamados. Em julho, durante uma reunião religiosa em Cabul, ele defendeu os novos governantes talibãs do Afeganistão. 

"Quem cometer o menor ato contra nosso governo islâmico deve ser decapitado", disse ele na ocasião.

"Esta bandeira [do Talibã] não foi hasteada facilmente e não será baixada facilmente", ressaltou na época. 

Antes mesmo de o Talibã voltar ao poder, em agosto do ano passado, Ansari já era conhecido por suas tiradas contra governos anteriores apoiados pelos Estados Unidos.

- EI, um desafio para o Talibã -

Este é o segundo clérigo pró-Talibã a morrer em uma explosão em menos de um mês, depois que Rahimullah Haqqani foi morto em um ataque suicida em sua madrassa (escola corânica) de Cabul. 

Haqqani era conhecido por seus discursos violentos contra o EI, que mais tarde reivindicou a responsabilidade por sua morte. 

Ele também se pronunciou a favor de permitir que as meninas frequentassem o Ensino Médio, apesar de o governo talibã proibi-las de frequentar as aulas na maioria das províncias. 

Várias mesquitas em todo o país foram alvos de ataques até agora este ano, alguns deles reivindicados pelo EI. 

Em 17 de agosto, pelo menos 21 pessoas morreram e dezenas ficaram feridas quando uma explosão destruiu uma mesquita repleta de fiéis em Cabul.

O EI visa principalmente comunidades minoritárias, como xiitas, sufis e sikhs. 

Embora o grupo extremista seja um grupo islâmico sunita, como o Talibã, ambos são rivais e diferem muito em termos de ideologia.

Segundo o governo, o EI foi derrotado, mas especialistas dizem que o grupo é o principal desafio de segurança para os novos líderes fundamentalistas islâmicos no país. 

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© Agence France-Presse