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Os principais acontecimentos da guerra na Ucrânia

30/09/2022 10h36

Seguem os principais acontecimentos da guerra na Ucrânia, da invasão russa de 24 de fevereiro até o processo de anexação de quatro regiões ucranianas, que o presidente russo, Vladimir Putin, ratificou nesta sexta-feira (30).

- Início da invasão -

Em 24 de fevereiro, Vladimir Putin anuncia uma "operação militar" na Ucrânia para defender as "repúblicas" separatistas do leste do país, cuja independência havia reconhecido três dias antes.

Putin exige que a Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, seja reconhecida pela Ucrânia como território russo. Também reivindica a "desnazificação" do governo ucraniano, que a Ucrânia tenha um "status neutro" e garantias de que nunca entrará na Otan.

A ofensiva provoca indignação internacional e a União Europeia (UE) informa que financiará a compra e a entrega de armas à Ucrânia. Os Estados Unidos anunciam 2,3 bilhões de dólares em ajuda militar.

O Ocidente começa a aplicar sanções econômicas cada vez mais duras contra a Rússia.

- Kherson cai -

Em 28 de fevereiro são celebradas as primeiras negociações entre Rússia e Ucrânia.

Mas em 3 de março, os russos se apoderam de uma grande cidade, Kherson (sul), em uma região-chave para a agricultura ucraniana e estratégica porque faz fronteira com a Crimeia.

- Resistência em Kiev e horror em Bucha -

O exército russo tenta cercar Kiev, a capital, mas enfrenta uma resistência feroz.

Em 2 de abril, a Ucrânia anuncia que retomou o controle da região. Moscou concentra, a partir de então, sua ofensiva no sul e na bacia do Donbass, sob controle parcial dos separatistas pró-russos desde 2014.

Após a saída dos russos, são descobertas dezenas de cadáveres de civis em Bucha e outras localidades próximas a Kiev. O Tribunal Penal Internacional (TPI) abre uma investigação.

- Conquista de Mariupol -

Desde o início da ofensiva, o exército russo sitia Mariupol (sudeste). A queda deste porto às margens do mar de Azov permitiria a conexão da Crimeia com as áreas separatistas do Donbass.

Cerca de 2.500 combatentes ucranianos, entrincheirados na siderúrgica Azovstal juntamente com mil civis, continuam resistindo até meados de maio.

Segundo Kiev, 90% de Mariupol está destruída e pelo menos 20.000 pessoas morreram no sítio. 

- Bloqueio de cereais -

Em 30 de março, os Estados Unidos acusam a Rússia na ONU de provocar uma "crise alimentar mundial". 

Cerca de 20 milhões de toneladas de grãos estão bloqueados em portos da região de Odessa pela presença de navios de guerra russos e minas colocadas por Kiev para defender sua costa.

Em 22 de julho, os dois países selam um acordo para retomar a exportação de cereais, sob os auspícios da ONU e com a mediação da Turquia. Um primeiro navio graneleiro com 26.000 toneladas de milho zarpa de Odessa no começo de agosto.

- Guerra do gás -

Os países ocidentais acusam a Rússia de usar o abastecimento de energia como "arma" em resposta às sanções. As exportações de gás russo para a Europa diminuem.

A Gazprom também interrompeu as entregas a vários clientes europeus que se recusaram a pagar em rublos.

A partir de 26 de setembro, os gasodutos Nord Stream, que ligam a Rússia e a Alemanha, foram afetados por vazamentos misteriosos no Mar Báltico, levantando suspeitas de atos de sabotagem.

- Controle de Luhansk -

Em 3 de julho, as forças russas anunciam que assumiram o controle total da província de Lugansk (no Donbass), após conquistar as cidades de Severodonetsk e Lysychansk.

O próximo objetivo de Moscou é Donetsk, para dominar a totalidade da bacia mineira.

- Contraofensiva no sul -

Em agosto, explosões de origem desconhecida danificam uma base aérea e um depósito de armas russas na Crimeia.

De acordo com Kiev, dezenas de aldeias foram recapturadas, infraestruturas e pontes estratégicas sobre o Dnieper destruídas, o que interrompeu o abastecimento dos russos.

- Ameaça nuclear -

A partir do começo de agosto, as duas partes em conflito se acusam mutuamente de bombardear a usina nuclear de Zaporizhzhia (sul), a maior da Europa, ocupada pelos russos desde março.

A Ucrânia assegura que a Rússia armazena armas pesadas na usina e que dali bombardeia posições ucranianas, o que Moscou nega.

Em 18 de agosto, Zelensky insta a ONU a "garantir a segurança" da usina.

- Avanço na Ucrânia -

No início de setembro, Kiev lança um ataque surpresa na região de Kharkiv (leste).

No dia 11, a Ucrânia reivindica a reconquista de cidades estratégicas como Kupiansk e Izyum, onde são encontradas centenas de valas comuns.

- Mobilização parcial -

Em 21 de setembro, Putin anuncia uma "mobilização parcial" de russos em idade de combate (300.000 reservistas convocados), desencadeando manifestações e uma fuga de milhares de homens para o exterior 

O presidente russo ameaça usar armas nucleares para defender a Rússia contra o Ocidente, a quem acusa de querer "destruir" seu país.

- Anexações  -

De 23 a 27 de setembro, as autoridades instaladas por Moscou em quatro regiões ucranianas - Luhansk, Donetsk, Kherson e Zaporizhzhia - organizam "referendos" sobre a anexação à Rússia, descrita como um "simulacro" por Kiev e países ocidentais.

Em 30 de setembro, Putin ratificou oficialmente a anexação destes territórios por parte da Rússia.

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© Agence France-Presse