Grupo de alto nível da OEA inicia reuniões no Peru para analisar crise
O grupo de alto nível da Organização dos Estados Americanos (OEA) que analisa a crise política no Peru iniciou seus trabalhos em Lima, nesta segunda-feira (21), reunindo-se com representantes do Executivo e do Legislativo.
"Recebi o Grupo de Alto Nível da OEA para que saibam o que acontece no Peru e como alguns setores querem pôr em risco a democracia e a estabilidade do país com mentiras para atingir uma gestão focada em trabalhar pelo progresso e pela igualdade para todos", disse Castillo pelo Twitter, após recebê-los por duas horas no Palácio de Governo.
A reunião com Castillo, que é investigado por corrupção, foi o primeiro compromisso da missão, que permanecerá no país até a quarta-feira.
A delegação seguiu, então, para o Parlamento, controlado pela direita, onde foi recebida pelo presidente do Congresso e líderes das bancadas. Do lado de fora, uma marcha pró-governo com forte adesão pedia o fechamento do Congresso.
Outra manifestação de opositores foi ao seu encontro, repetindo "OEA, escute, respeite meu país" e "Vacância já", sem que tenham sido reportados incidentes entre os dois lados.
"Não há nenhuma intenção do Congresso de dar um golpe de Estado. O Congresso é respeitoso da independência de poderes", disse o presidente do Congresso, José Williams, em coletiva de imprensa posterior à reunião.
O grupo é composto pelos chanceleres do Equador, Juan Carlos Holguín; da Guatemala, Mario Adolfo Búcaro; do Paraguai, Julio César Arriola; da Costa Rica, Arnaldo André; e de Belize, Eamon Courtenay. Também fazem parte a vice-ministra de Assuntos Multilaterais da Colômbia, Laura Gil; o vice-ministro das Relações Exteriores da Argentina, Pablo Tettamanti; e o paraguaio Eladio Loizaga, como representante da Secretaria Geral da OEA.
A missão se reuniu também com encarregados do Poder Judiciário, da Procuradoria e de organizações civis.
"Infelizmente, há uma disputa entre poderes do Estado que não temos conseguido resolver", disse a presidente do Poder Judiciário, Elvira Barrios, ao resumir o que disse durante o encontro.
Aprovada em outubro pelo Conselho Permanente da OEA, a missão foi enviada a pedido do presidente Castillo, que invocou a aplicação da "Carta Democrática Interamericana".
"Vamos ouvir o governo e a oposição, vamos ouvir representantes religiosos, sindicais, empresariais, profissionais e da sociedade civil", disse Loizaga, no sábado, em uma mensagem de vídeo publicada no perfil da organização no Twitter, única declaração feita pelo grupo até o momento.
Castillo, no poder desde julho de 2021, já enfrentou duas tentativas de destituição no Congresso e é alvo de seis investigações por suspeita de corrupção, pela qual também é acusado seu círculo familiar e político mais próximo.
O presidente peruano se considera vítima de uma campanha para tirá-lo do poder e denuncia um "golpe de Estado". Ele alega que não pode ser investigado até o fim do mandato, em julho de 2026.
cm/ljc/dga/tt/mvv/am
© Agence France-Presse
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