Ministro da Defesa russo visita front na Ucrânia em meio a batalha em Bakhmut
O ministro da Defesa russo fez uma inspeção no front oriental da Ucrânia, onde se travavam combates pelo controle da cidade de Bakhmut, símbolo da ofensiva das forças russas e da resistência ucraniana.
Sergei Shoigu "inspecionou um posto de comando no front, na "direção Donetsk-Sul", indicou o Ministério da Defesa, sem informar o local exato, nem a data da visita.
Um vídeo oficial mostra o ministro a bordo de um helicóptero e, posteriormente, conversando, sem capacete ou colete, com um militar em frente a prédios danificados, sob a vigilância de um soldado.
A visita ocorre no momento em que se intensificam os combates pelo controle de Bakhmut, região de Donetsk, cidade de valor estratégico limitado, mas que ganhou um significado simbólico para ambos os lados, após meses de combate.
Yevgeny Prigozhin, líder do grupo paramilitar russo Wagner, na linha de frente da batalha de Bakhmut, disse ontem que a cidade estava "praticamente cercada" e pediu ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que ordene o recuo dos resistentes.
"A situação em Bakhmut é difícil, mas está sob controle", respondeu neste sábado o porta-voz do Exército ucraniano Serguii Cherevaty à rede de TV My-Ukrain. Amplamente destruída e evacuada pela maioria de seus habitantes, a cidade tornou -se "o epicentro" do conflito, acrescentou.
- Nova ajuda dos EUA -
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou ontem mais 400 milhões de dólares (mais de 2 bilhões de reais) em ajuda militar à Ucrânia durante uma visita do chanceler alemão Olaf Scholz a Washington.
A ajuda militar ocidental tem sido essencial para que Kiev resista aos ataques das tropas russas e recupere terreno, mas para o Kremlin apenas "prolongará o conflito e trará tristes consequências para o povo ucraniano".
Em outra demonstração de apoio a Kiev, o secretário de Justiça dos EUA e procurador-geral, Merrick Garland, fez uma visita surpresa à Ucrânia nesta sexta-feira, para participar de uma conferência sobre crimes de guerra. Kiev acusa Moscou de muitos crimes desde o início de sua ofensiva lançada há um ano.
Zelensky se reuniu neste sábado em Lviv, no oeste da Ucrânia, com a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola. "A Ucrânia pretende (...) iniciar as negociações para ingressar na UE este ano", disse o presidente no Telegram.
- Pressão sobre Bakhmut -
No terreno, as forças russas avançaram ao norte e ao sul de Bakhmut nas últimas semanas, bloqueando três das quatro estradas de abastecimento para as forças ucranianas.
Neste sábado, o Estado-Maior do Exército ucraniano disse ter repelido mais de 150 ataques russos nas últimas 24 horas, afirmando que na área de Bakhmut "o inimigo ainda está tentando cercar a cidade".
O Ministério da Defesa britânico afirmou que o Exército russo e o grupo Wagner avançaram em direção aos subúrbios ao norte de Bakhmut.
"A Ucrânia está reforçando a área com unidades de elite e duas pontes importantes em Bakhmut foram destruídas nas últimas 36 horas, incluindo uma ponte vital que liga a cidade à última estrada principal de abastecimento", disse o ministério britânico.
Várias autoridades das regiões sul e leste da Ucrânia relataram novos ataques russos contra a infraestrutura civil nas últimas 24 horas.
Os serviços de emergência da Ucrânia informaram que o número de mortos em um ataque a um edifício residencial em Zaporizhzhia, sudeste da Ucrânia, na noite de quarta-feira, subiu para 10, incluindo uma criança.
Autoridades anunciaram a morte de dois civis em um ataque da "artilharia russa" em Guliai Polé, e a de duas outras pessoas em Chervonohryhorivka, região de Dnipro (sudeste).
O prefeito de Horlivka, cidade controlada por separatistas pró-Rússia da região de Donetsk, reportou a morte de dois civis "em um bombardeio ucraniano".
bur/vk/meb/avl/jc;lb
© Agence France-Presse
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