Ciclone Freddy deixa 190 mortos em Malawi e Moçambique
O ciclone Freddy deixou 190 mortos em Moçambique e Malawi, onde foi declarado o estado de catástrofe, informaram as autoridades nesta segunda-feira. Outras 584 pessoas ficaram feridas e há 37 desaparecidos.
Pelo menos 99 pessoas morreram no Malawi, um dos países mais pobres da África, apontou a agência de catástrofes.
Em várias regiões do sul do Malawi, as autoridades declararam estado de catástrofe, incluindo a capital econômica Blantyre, anunciou a Presidência.
O chefe de Estado, Lazarus Chakwera, "constatou, com grande inquietude, a devastação que o ciclone Freddy está provocando em muitos distritos [...] e declarou o estado de catástrofe" no sul, diz um comunicado.
Freddy se formou em frente ao noroeste da Austrália na primeira semana de fevereiro e poderia se converter no ciclone tropical mais duradouro já registrado, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma agência das Nações Unidas.
O ciclone atravessou todo o sul do Oceano Índico e atingiu Madagascar em 21 de fevereiro, antes de chegar a Moçambique no dia 24. Naquele momento, já havia deixado 17 mortos e milhares de desalojados.
Trajetória pouco comum
Após uma trajetória pouco comum em 'looping', o ciclone voltou a tocar o solo em Madagascar na semana passada, e retornou a Moçambique no sábado.
Ao menos quatro pessoas morreram na província de Zambezia (centro), indicaram as autoridades locais à AFP.
Porém, é provável que o balanço aumente porque as informações chegam a conta-gotas pelos danos que as intensas chuvas e os fortes ventos causaram na rede de telecomunicações.
O Instituto Nacional de Gestão de Desastres de Moçambique (INGD) disse que as consequências desta segunda tempestade eram piores que o esperado.
"O número de pessoas afetadas superou as previsões", declarou a diretora do INGD, Luisa Meque, que acrescentou que o ciclone também atingiu áreas "consideradas seguras".
Muitas pessoas estão desaparecidas, alertaram as autoridades.
A cidade portuária de Quelimane (centro), situada a 40 quilômetros de onde o ciclone tocou terra, ainda está isolada do restante do país.
Em algumas áreas já não há mais ruas, água ou eletricidade, contou, por telefone, Guy Taylor, porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
O ciclone chegou ao Malawi na madrugada de segunda. A maioria dos corpos foi encontrada na região de Blantyrem, segundo a polícia local.
"As operações de resgate continuam, mas se veem dificultadas por chuvas incessantes", declarou à AFP Beatrice Mikuwa, uma porta-voz.
Várias tempestades ou ciclones atravessam o sudeste do Oceano Índico todos os anos durante a temporada de ciclones, que vai de novembro a abril.
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