Paciente internada com infecção inspira estudo após caso de urina roxa
Médicos de Kentucky, nos EUA, reportaram um caso considerado raro em que a urina de uma mulher de 76 anos, hospitalizada por insuficiência cardíaca, renal e câncer de bexiga, ficou roxa. A infecção em seu trato urinário provocou uma reação bioquímica que produziu pigmentos azuis e vermelhos na urina, que, ao oxidar, ganhou a coloração inusitada.
Os médicos diagnosticaram a paciente com síndrome da bolsa de urina roxa (PUBS, a sigla em inglês), que ocorre entre 8,3 e 42% dos casos de pacientes constipados que usam cateteres por um longo período de tempo. O caso foi reportado na revista Oxford Medical Case Reports.
"Pacientes idosos e acamados com múltiplas comorbidades mais frequentemente precisam usar cateteres por longo prazo, o que aumenta o risco de infecções do trato urinário. Esses pacientes são mais propensos a serem infectados pelas bactérias raras que podem causar PUBS", diz o relatório.
A paciente tinha um longo histórico de problemas médicos graves e foi ao hospital em decorrência de uma falta de ar relacionada a seus problemas cardiovasculares. Os médicos, então, inseriram o cateter para drenar a urina da idosa. Após quatro dias, a bolsa urinária assumiu uma forte tonalidade roxa.
O teste de pH revelou que a urina estava extremamente alcalina — o que pode indicar um mau funcionamento dos rins. Ela também tinha altas concentrações da bactéria Proteus mirabilis, comum em infecções do trato urinário.
Além da idade e fragilidade, ter insuficiência renal, urina alcalina e constipação são fatores de risco para o PUBS. Mulheres também têm maior chance de desenvolver a síndrome.
O fenômeno é resultado de um processo biológico que ocorre no intestino. Bactérias na urina produzem a enzima indoxil fosfatase, que converte o indoxil sulfato, ácido orgânico metabolizado por bactérias intestinais, em compostos de cor vermelha e azul.
A condição não é perigosa para a maioria das pessoas. Pacientes imunodeprimidos, entretanto, são mais suscetíveis a desenvolver complicações graves. "O tratamento médico requer a troca do cateter e a administração de terapia apropriada para tratar a infecção bacteriana", explicam os médicos.
A paciente recebeu alta após cinco dias tomando antibióticos. A recomendação é que ela continue o acompanhamento com um nefrologista ou urologista.
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