Lula adia indefinidamente viagem à China por pneumonia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que deveria se encontrar com Xi Jinping na China na terça-feira, adiou indefinidamente a viagem devido a uma pneumonia leve, informou a Secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto neste sábado (25).
"Em função de orientação médica", Lula, de 77 anos, "resolveu adiar sua viagem à China. O adiamento já foi comunicado para as autoridades chinesas", informou a Secretaria de Comunicação Social da Presidência em um comunicado.
O ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que o presidente está se recuperando e que os governos dos dois países já iniciaram diálogos e em breve deve ser agendada uma nova data para a visita.
"Tem muito interesse do governo chinês de receber o presidente Lula", disse a jornalistas na entrada do Palácio do Alvorada, residência oficial do presidente, antes de se reunir com ele.
No poder desde janeiro, Lula pretende com a viagem à China recuperar o peso do Brasil na geopolítica mundial, após o isolacionismo provocado por seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL).
O diagnóstico é de uma "broncopneumonia bacteriana e viral por influenza A", explicou Ana Helena Germoglio, coordenadora-geral da equipe de Saúde da Presidência da República, citada no comunicado.
Lula esteve na quinta-feira ao hospital Sírio Libanês de Brasília com sintomas gripais, após uma semana intensa de trabalho com compromissos em quatro estados.
Na sexta-feira, o presidente, que inicialmente devia viajar neste sábado para a China, permaneceu no Palácio da Alvorada e se reuniu com ministros e lideranças do Congresso.
Seu quadro de saúde era estável e ele estava sendo medicado, mas após uma nova avaliação médica neste sábado, ele decidiu suspender indefinidamente a viagem.
"Apesar da melhora clínica, o serviço médico da Presidência da República recomenda o adiamento da viagem para a China até que se encerre o ciclo de transmissão viral", informou a médica do presidente.
O ministro Padilha, que é médico, afirmou que a saúde de Lula "está evoluindo muito bem".
Outro médico que o examinou, Roberto Kalil, disse ao jornal Folha de S. Paulo, que "o presidente está evoluindo bem" e poderia voltar a trabalhar na semana que vem, embora precise esperar pelo menos dez dias para viajar à China.
- Negócios e Ucrânia -
Lula devia chegar à China à frente de uma numerosa comitiva de pelo menos seis ministros, governadores, senadores e deputados, além de mais de 200 diretores de empresas, em boa parte do setor agropecuário.
Sua agenda oficial devia começar na terça, quando tinha previsto um encontro com o presidente chinês, Xi Jinping. Lula devia propor ao contraparte sua proposta de criar um grupo de países mediadores na guerra da Ucrânia.
Segundo a imprensa, mesmo sem Lula, os empresários devem manter sua agenda na China, onde será celebrado um seminário de negócios no próximo dia 29.
A China é o principal parceiro comercial do Brasil. No ano passado, o intercâmbio comercial entre os dois países superou a cifra de 150 bilhões de dólares (quase 800 bilhões de reais, na cotação atual).
Mas os empresários brasileiros continuam enfrentando dificuldades para introduzir no mercado chinês bens de maior valor agregado e procuram novos investimentos.
Lula visitou Pequim três vezes em seus dois governos anteriores. Esta nova visita, três meses após voltar ao poder, devia ressaltar seu interesse na diplomacia depois de ter viajado anteriormente a outras capitais prioritárias para o Brasil, como Buenos Aires e Washington.
A saúde do presidente tem sido motivo de preocupação nos últimos anos. Em novembro, foi submetido a um procedimento para a remoção de uma lesão na laringe.
Lula, que costuma apresentar problemas na voz, foi diagnosticado com câncer na laringe em 2011 e teve um tumor retirado. Desde então, os resultados médicos mostraram remissão completa do câncer.
rsr/dga/rpr/mvv
© Agence France-Presse
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