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Biden anuncia R$ 5 bi contra mudanças climáticas em países em desenvolvimento

Biden considera o combate às mudanças climáticas uma prioridade - Arquivo - Chip Somodevilla/Getty Images
Biden considera o combate às mudanças climáticas uma prioridade Imagem: Arquivo - Chip Somodevilla/Getty Images

20/04/2023 18h01Atualizada em 20/04/2023 19h45

Joe Biden anunciou nesta quinta-feira (20) mais US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões) para combater as alterações climáticas nos países em desenvolvimento, após uma reunião virtual que contou a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Além de Lula, a reunião do Fórum das principais economias sobre energia e clima, a quarta organizada por Biden como presidente, também contou com a presença, entre outros, do enviado climático da China, Xie Zhenhua.

Biden anunciou a contribuição bilionária para o Fundo Verde para o Clima, que financia os esforços dos países mais ricos para ajudar economias em desenvolvimento a mudar para energia mais limpa e construir infraestrutura resiliente.

"Os impactos da mudança climática serão mais sentidos por aqueles que menos contribuíram para o problema, incluindo nações em desenvolvimento. Como grandes economias e grandes emissores, devemos intensificar e apoiar essas economias", justificou Biden.

Esse dinheiro está imediatamente disponível, disse a repórteres uma autoridade americana que pediu anonimato.

Durante o fórum, Lula reclamou que os países desenvolvidos não se envolvem suficientemente para resolver o problema climático.

"Desde que o compromisso foi assumido em 2009, o financiamento climático oferecido pelos países desenvolvidos continua abaixo da promessa de 100 bilhões de dólares (cerca de R$ 500 bilhões) por ano. Cada um precisa fazer a sua parte", afirmou, segundo o Planalto.

"Conquista muito grande"

Embora o valor extra de US$ 500 milhões (cerca de R$ 2,5 bilhões) que Biden pretende destinar ao Fundo Amazônia possa ser rejeitado no Congresso americano, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, comemorou o anúncio como "uma grande conquista".

O aporte americano é valioso "tanto por aquilo que significa ter os Estados Unidos contribuindo com o fundo, quanto pelo volume de recursos", declarou a ministra durante uma coletiva de imprensa em Brasília.

"o empenho do governo Biden é muito grande para viabilizar esse compromisso assumido" e "encoraja outros países a fazerem também aporte de recursos", acrescentou.

O Fundo Amazônia, originalmente financiado pela Noruega e Alemanha, é um mecanismo multilateral gerido pelo Brasil para a preservação da floresta amazônica.

Os dois países europeus interromperam a cooperação em 2019 devido à falta de compromisso do ex-presidente Jair Bolsonaro com a proteção da floresta.

Lula afirmou no fórum que o desmatamento na Amazônia foi reduzido "em mais de 80% ao longo de uma década" em seus mandatos anteriores. Seu objetivo é acabar com o desmatamento da floresta até 2030.

"Temos o compromisso de reflorestar 12 milhões de hectares e estamos fortalecendo os investimentos em bioeconomia, garantindo empregos decentes e sustentáveis para os 25 milhões de brasileiros que vivem na região" amazônica e, "em agosto, vamos reunir os líderes dos países amazônicos, com o objetivo de promover uma nova agenda comum", afirmou o petista durante a reunião.

Biden considera o combate às mudanças climáticas uma prioridade e pretende reduzir as emissões dos EUA em 50-52% até 2030, em comparação com os níveis de 2005, como parte dos compromissos globais assumidos no Acordo de Paris para limitar o aumento da temperatura global a 1,5º C.

"Temos que intensificar nossas ambições", disse Biden aos outros líderes, enfrentando o que chamou de "um momento de grande perigo, mas também de grande potencial" para a humanidade.