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Desmatamento na Amazônia triplica em março, diz Imazon

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Imagem: iStock/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

20/04/2023 09h07Atualizada em 20/04/2023 09h19

O desmatamento da Amazônia triplicou em março e fechou o trimestre com a segunda maior área desmatada em pelo menos 16 anos, indicam dados do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia).

O que aconteceu:

Uma área de 344 km² foi desmatada na Amazônia Legal em março, um salto de 180% em comparação ao mesmo período do ano passado. Em março de 2022, foram derrubados 123 km² de floresta, aponta o monitoramento por imagens de satélite do Imazon.

No trimestre encerrado em março, foram desmatados 867 km² da mata nativa, a área é equivalente a perda de quase mil campos de futebol por dia. O recorde de destruição trimestral aconteceu em 2021 com a derrubada de 1.185 km² de floresta nativa.

Em março, a área de proteção ambiental Triunfo do Xingu e a do Tapajós (PA) perderam áreas de floresta equivalentes a 500 e a 300 campos de futebol. Foram as duas Unidades de Conservação mais destruídas na Amazônia no mês.

Oito dos nove estados que compõem a Amazônia Legal apresentaram aumento no desmatamento em março. A exceção é o Amapá.

Segundo o Imazon, o cenário mostra a necessidade da adoção de medidas de urgência. Segundo a plataforma PrevisIA, 42% do desmatamento previsto entre agosto de 2022 e junho de 2023 já foi registrado.

Os governos federal e estadual precisam agir em conjunto para evitar que a devastação siga avançando, principalmente em áreas protegidas e florestas públicas não destinadas. Há casos graves como o da unidade de conservação APA Triunfo do Xingu, no Pará. Os casos de desmatamentos ilegais e de apropriação de terras públicas não podem ficar impunes.
Pesquisador Carlos Souza Jr., do Imazon