Dois jornalistas russos são condenados a 11 anos de prisão por 'fake news sobre o exército'
Dois jornalistas russos foram condenados, nesta terça-feira (29), em Moscou a 11 anos de prisão à revelia por espalhar "informações falsas" sobre o exército, anunciou a Promotoria, um novo exemplo da repressão em curso na Rússia.
Um tribunal de Moscou "condenou a 11 anos de prisão" Ruslan Leviev e Michael Nacke por terem publicado um vídeo no YouTube em março de 2022, pouco depois do início da ofensiva na Ucrânia, que continha "informações falsas" sobre o exército e as autoridades russas, segundo um comunicado da Promotoria publicado no Telegram.
Os dois homens vivem no exterior e são alvo de uma ordem de prisão desde maio de 2022.
Muitos críticos da ofensiva russa na Ucrânia e do presidente Vladimir Putin fugiram para o exterior para escapar da repressão na Rússia.
Ruslan Leviev é fundador do grupo Conflict Intelligence Team (CIT), conhecido por suas investigações sobre as atividades do exército russo no mundo todo.
Michael Nacke, jornalista e comentarista, tem um canal no YouTube com milhões de inscritos.
Após a ofensiva contra a Ucrânia, a Rússia introduziu uma série de medidas penais para punir seus críticos.
Por exemplo, está proibido usar os termos "guerra" ou "invasão" para fazer referência à operação russa de 24 de fevereiro de 2022, ou acusar o exército de crimes de guerra.
Muitos russos, conhecidos e anônimos, foram presos por esses motivos.