Cruz Vermelha Internacional encerra missão na Nicarágua a pedido do governo
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) anunciou, nesta segunda-feira (18), o fim de seu trabalho humanitário na Nicarágua, segundo um comunicado no qual assegurou que sua saída foi solicitada pelas autoridades do país centro-americano.
"A pedido das autoridades nicaraguenses, o CICV fechou seu escritório em Manágua, terminando assim sua missão humanitária no país", assinalou a delegação em sua carta datada na Cidade do México.
Em janeiro de 2019, a instituição e o governo do presidente nicaraguense Daniel Ortega assinaram um acordo para visitar pessoas presas. O CICV abriu sua missão há um ano, quando o presidente enfrentou três meses de protestos que deixaram cerca de 300 mortos, segundo a ONU, além de muitos feridos e detidos.
A delegação lembrou que seu trabalho abrangia, além de visitas carcerárias, o apoio ao trabalho da Cruz Vermelha local, antes que esta fosse fechada pelo Congresso da Nicarágua.
Este apoio se concentrava em restabelecer o contato entre pessoas presas e seus familiares, assim como capacitar as forças de segurança na aplicação do direito internacional humanitário.
Em maio passado, o Legislativo, dominado pela Frente Sandinista, de Ortega, aprovou por unanimidade dissolver a Cruz Vermelha nicaraguense, que operava desde 1931, após acusá-la de violar a neutralidade nas manifestações que o governo denunciou como tentativa de golpe de Estado.
Também decidiu confiscar suas propriedades e a substituiu por um organismo subordinado ao governo.
A representação regional do CICV para o México e a América Central "reitera sua disponibilidade para retomar o diálogo e a ação humanitária na Nicarágua", acrescenta o comunicado.
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© Agence France-Presse
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