Maduro chama canal de notícias alemão de 'nazista'

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, chamou de "nazista" o canal de notícias alemão Deutsche Welle (DW) na segunda-feira (4), após a exibição de uma reportagem sobre a corrupção no país caribenho.

O canal saiu do ar em duas das maiores operadoras de TV a cabo locais, segundo denúncia do Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (SNTP) na rede social X.

Maduro acusou a DW de participar de uma campanha midiática contra a Venezuela, uma acusação comum do presidente contra a imprensa internacional. 

"Tem uma campanhazinha dirigida pela CNN, Associated Press, por todos esses veículos, entre eles um veículo nazista da Alemanha, a Deutsche Welle. Uma campanha dizendo que os venezuelanos são responsáveis por todos os crimes cometidos hoje no mundo", disse o presidente em seu programa de TV semanal. "Alerta para essa campanha, que é para manchar a Venezuela e, por fim, tentar me manchar".

O diretor da rede alemã, Peter Limbourg, pediu em comunicado ao governo venezuelano "que restaure o mais rápido possível a distribuição do canal", e acrescentou que "o cancelamento da distribuição da DW é um ataque severo à liberdade das pessoas na Venezuela de se informarem de forma independente". 

"Milhões de pessoas fugiram da Venezuela durante o regime de Maduro. Praticamente não há liberdade de imprensa. Reagir com comparações absurdas a uma crítica fundamentada em fatos é algo que combina com esse perfil", acrescentou.

A DW publicou uma reportagem sobre corrupção que acusa políticos do alto escalão da Venezuela de envolvimento no narcotráfico, no garimpo ilegal e com a extorsão. Maduro também criticou relatos sobre a expansão do grupo criminoso venezuelano Tren de Aragua em países latino-americanos.

O ministro da Comunicação, Freddy Ñáñez, acusou ontem a DW de "mentir, difamar e espalhar o ódio contra a Venezuela", em mensagem publicada na rede social X. Ele chamou de falsa a reportagem feita pelo canal alemão.

A Deutsche Welle indicou que seus conteúdos ainda são acessíveis na Venezuela por meio do site dw.com e nas redes sociais.

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Organizações que defendem a liberdade de expressão denunciaram "uma escalada" contra os veículos de comunicação na Venezuela durante duas décadas de governos chavistas, documentando o fechamento de mais de 200 jornais, rádios e emissoras de TV.

erc/arm/lb/am/ic/mvv

© Agence France-Presse

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