Blinken pede que EUA e China administrem diferenças de forma 'responsável'

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, defendeu nesta quinta-feira (25), em Xangai, a necessidade de administrar "de forma responsável" as diferenças entre seu país e a China, ao desembarcar em Pequim para abordar as divergências com as autoridades do gigante asiático.

"Temos a obrigação para com nosso povo - e até mesmo para com o mundo - de gerir as relações entre nossos dois países de forma responsável", disse Blinken em sua segunda viagem à China em menos de um ano.

Blinken deve abordar vários temas complexos durante a visita, como o apoio da China à Rússia, enquanto Pequim pode destacar suas preocupações comerciais, incluindo as medidas contra o aplicativo popular de vídeo TikTok.

Ao chegar a Pequim, o secretário de Estado seguiu imediatamente para uma reunião fechada com acadêmicos chineses.

Na sexta-feira, ele terá encontros com os líderes políticos chineses, incluindo uma possível reunião com o presidente Xi Jinping, que não foi confirmada pelas autoridades locais.

"Acredito que é importante destacar o valor - mais a necessidade - de conversarmos, expor as nossas diferenças, que são reais, procurando resolvê-las", disse Blinken em Xangai, onde iniciou na quarta-feira a visita à China.

Nesta cidade, ele se encontrou com o chefe local do Partido Comunista Chinês, Chen Jining, e assistiu a uma partida de basquete entre dois times que têm jogadores americanos em seus elencos.

Chen deu as boas-vindas a Blinken, falando em alguns momentos em inglês, e destacou a importância das empresas americanas na cidade, capital financeira da China.

"Se escolhemos a cooperação ou o confronto, isto afeta o bem-estar dos dois povos, de ambos os países e o futuro da humanidade", disse Chen.

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- Temas complexos -

Blinken também se reuniu em Xangai com estudantes no campus local da Universidade de Nova Iorque e com líderes empresariais, aos quais declarou que os dois países devem garantir que "a relação econômica funcione de forma que seja mutuamente benéfica".

Mas as questões mais complexas podem surgir em Pequim, onde Blinken deve pedir moderação em relação a Taiwan, que se prepara para a posse de um novo presidente em maio, e apresentar as preocupações dos Estados Unidos sobre as práticas comerciais chinesas, um tema-chave para o presidente Joe Biden em um ano eleitoral.

O secretário de Estado também espera continuar apaziguando as tensões entre as duas maiores economias do mundo, que passam por uma relação mais complicada desde sua visita anterior em junho e o encontro entre os presidentes Biden e Xi em novembro.

As autoridades americanas indicaram que a China parece mais aberta às preocupações ocidentais. 

Pequim, no entanto, expressou indignação com uma série de medidas do governo Biden que, na sua opinião, afetam a economia chinesa.

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O Congresso aprovou recentemente uma lei para obrigar o proprietário chinês do TikTok a vender a plataforma para evitar sua proibição nos Estados Unidos.

Biden apoiou a lei por considerar que o TikTok, muito popular entre os jovens, representa riscos de segurança e privacidade, mas a China diz que a medida é uma coerção econômica injusta.

O presidente americano também defende aumentos nas tarifas de importação contra a China caso seja reeleito em novembro.

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© Agence France-Presse

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